Santos

Há mais de seis décadas, restaurante Paquito resiste ao tempo no Centro de Santos

Sob o comando da segunda geração da família, o Porta do Sol mantém viva a tradição dos frutos do mar

Isabella Fernandes

Publicado em 24/12/2025 às 07:11

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Entre as construções antigas do Centro Histórico de Santos, uma fachada amarela guarda mais de seis décadas de história. / Isabella Fernandes/DL

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Entre as construções antigas do Centro Histórico de Santos, uma fachada amarela guarda mais de seis décadas de história. É ali, na Avenida São Francisco, 210/212, que funciona o Porta do Sol, restaurante do Paquito, conhecido por servir frutos do mar desde 1960 e por ser um dos endereços mais tradicionais da cidade.

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Hoje sob a gestão de Francisco Carrara, o Paquito, o restaurante segue na segunda geração da família e preserva a clientela fiel que o acompanha há anos. Entre os frequentadores, há quem jure que o polvo servido ali é o melhor de Santos.

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Como tudo começou

A história do Porta do Sol começa há 65 anos atrás na esquina da Avenida São Francisco com a Rua Senador Feijó. Fundado pelo pai e pelo tio de Paquito, o espaço nasceu como um pequeno bar, ainda nos anos 1960.

Isabella Fernandes/DL
Isabella Fernandes/DL

Naquela época, o Centro era o ponto de encontro da cidade, os carnavais começavam por ali, os eventos mais importantes aconteciam nas ruas próximas, e o comércio fervilhava. O bar cresceu nesse cenário.

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“O movimento era grande, tinha bonde passando na porta, as pessoas vinham tomar uma batidinha e petiscar antes de voltar pra casa”, lembra Paquito, aos 76 anos.

A virada para os frutos do mar

Com o tempo, o cardápio começou a mudar. Os irmãos decidiram incluir pratos e petiscos, e o sucesso foi imediato.

“A fama começou com um camarão que a gente criou, o Quatro Queijos, que até hoje mantemos no cardápio”, conta.

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A mudança definitiva para o atual endereço veio há pouco mais de 20 anos, quando o restaurante ganhou uma estrutura maior e uma cozinha mais equipada. Foi também nessa fase que Paquito assumiu de vez o comando da casa, transformando o antigo bar familiar em um dos restaurantes mais conhecidos da cidade.

“Assumi lá pelos anos 80, 90. Não era algo planejado, foi acontecendo. Cresci aqui, e com o tempo fui me apaixonando por esse ambiente”, relembra.

Segredo de sucesso

Quando o assunto é o segredo da longevidade, Paquito fala sobre a qualidade. “O fundamental é o produto. A gente sempre trabalhou com peixe fresco do dia, camarões bem selecionados e uma equipe de cozinha de confiança”, afirma.

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No cardápio, os campeões de venda continuam sendo os clássicos: polvo, camarões e bacalhau. “O polvo é o sucesso da casa. É macio, saboroso, não é borrachudo. Conseguimos acertar o ponto com o tempo, e virou uma das nossas marcas”.

O desafio de permanecer no Centro

Assim como o Centro Histórico, o Porta do Sol também viu o movimento mudar ao longo das décadas. Se antes o bairro era o coração da cidade, hoje enfrenta o esvaziamento e a concorrência de novas regiões e do comércio online.

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“O Centro nunca mais vai ser igual. O comércio mudou, muita gente foi pra outras áreas da cidade, e a pandemia acelerou esse processo”, avalia. “Mas a gente continua aqui, firme, porque ainda tem quem valorize a boa comida e o atendimento de sempre.”

Mesmo com as mudanças, o restaurante mantém um bom movimento, especialmente nos fins de semana. “De terça a sexta, atendemos mais o pessoal da cidade. Mas no sábado e domingo, 80% dos nossos clientes vêm de fora, principalmente de São Paulo”, conta.

Tradição que atravessa gerações

Com mais de 60 anos de portas abertas, o Porta do Sol sobreviveu a transformações urbanas, crises econômicas e mudanças de hábito. Paquito segue abrindo e fechando o restaurante todos os dias.

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“A gente entende que tudo muda. Já passamos por muitas fases difíceis, e essa talvez seja a mais longa. Mas enquanto houver gente que valoriza o que a gente faz, estaremos aqui.”

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