O transtorno diário também afeta trabalhadores e famílias de outros bairros / Nair Bueno/DL
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As filas diárias de caminhões nas duas mãos da Avenida Marginal da Via Anchieta, no bairro da Alemoa, em Santos, de cerca de dois quilômetros de extensão, formadas por caminhoneiros que buscam acesso a pelo menos duas empresas prestadoras de serviços ao Porto há anos vêm sendo o martírio diário de milhares de trabalhadores e trabalhadoras, principalmente nos horários de pico, entre seis e nove horas e 18 e 21 horas. Apesar das cobranças e promessas, a questão permanece ainda sem solução.
Já é rotina. Exaustos depois de um dia inteiro de trabalho, passageiros do transporte público descem dos ônibus para fugir do congestionamento, ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), bombeiros e veículos particulares que, muitas vezes, estão conduzindo pessoas a atendimento médicos há meses aguardados, ficam presos. Estudantes perdem aulas. Gente perde o emprego.
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Pessoas chegam atrasadas ao trabalho e, quando voltam no final da tarde para o merecido descanso, amargam uma distância considerável a pé para chegar em casa. Segundo algumas pessoas que ligaram para o Diário, de nada adianta entrar em contato com autoridades e responsáveis pelo trafego.
Conforme já revelaram, a Ecovias afirma que a responsabilidade é municipal e pede para ligar para a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) que, por sua vez, pede para ligar para a Ecovias. O Jardim São Manoel, bairro com mais de 10 mil habitantes, é um dos mais afetados pelo problema.
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O transtorno diário também afeta trabalhadores e famílias de outros bairros, como o Piratininga e Vila dos Criadores. As pessoas ficam ilhadas e perdem o direito de ir e vir. Os caminhoneiros também ficam horas aguardando nas filas com fome.
As empresas já alegaram que trabalham com agendamento, mas o sistema não funciona. Usam a avenida marginal como estacionamento. Tudo vira um verdadeiro nó e as filas atingem a rotatória do São Manoel.
A Ecovias já se manifestou garantindo que os congestionamentos estão fora do trecho de concessão, que monitora o tráfego por câmeras e rotas de inspeção para auxiliar no fluxo e toda vez que é identificada alguma situação na rodovia, a concessionária aciona imediatamente o Policiamento Rodoviário, que fica dentro do Centro de Controle Operacional (CCO), além dos demais integrantes do Programa de Gestão Integrada (PGI) na Baixada Santista, que conta com empresas do entorno do Sistema Anchieta-Imigrantes (SAI).
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A Prefeitura de Santos também já se manifestou há dois anos alertando que estava solucionando o problema. “Através de ação conjunta, entre as secretarias de Assuntos Portuários e Projetos Especiais (Seport/Pe), Desenvolvimento Urbano (Sedurb), e Finanças (Sefin), as empresas da marginal da Alemoa foram intimadas para atendimento da legislação municipal, com o intuito de organizar seus acessos para impedir o surgimento dos congestionamentos na via”, explicava em nota. Nada mudou.
Ainda conforme já informou a Administração, as empresas apresentaram sugestões prevendo adequações na marginal, que possibilitaria acomodação dos caminhões em faixas dinâmicas que serviriam ao acesso aos gates (portões) dos terminais.
Mas a solução teria que contar com a anuência da Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp), Ecovias e Polícia Militar Rodoviária, que respondem pela fiscalização na área onde é constatado o tráfego intenso de veículos pesados.
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