Santos

Empada, língua e moela no boteco que celebra o Brasil antes dos portugueses em Santos

O Ybatinga Bar & Lanches, localizado na Avenida Presidente Wilson, no bairro José Menino, nasceu em Santos para homenagear o Brasil

Isabella Fernandes

Publicado em 25/09/2025 às 08:30

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O nome Ybatinga vem do tupi-guarani e significa "nuvem". / Divulgação

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O Brasil é repleto de sabores, tradições e lugares únicos. Cada região tem seus restaurantes típicos, suas receitas tradicionais. Mas, se tem algo que une o país de ponta a ponta, é o boteco. É difícil encontrar uma cidade que não tenha aquele bar famoso. E, com tanta diversidade cultural, cada botequim tem seu tempero e sua própria história para contar.

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O Ybatinga Bar & Lanches, localizado na Avenida Presidente Wilson, nº 1935, no bairro José Menino, nasceu em Santos com a proposta de trazer um boteco que homenageia o Brasil que já existia antes do Brasil.

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Idealizado por Vitor Ladaga, 35 anos, cozinheiro e também sócio-fundador da REVO Manufactory, o Ybatinga surge em parceria com as sócias Thais Quintela e Eliane Duarte Ferreira Rodrigues. Agora, Vitor aposta em um conceito de negócio fiel às tradições populares brasileiras, com um olhar apurado para a memória afetiva, a estética do tempo e a valorização dos ingredientes e sabores nacionais.

Gabriel Fernandes/ Divulgação
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Mais que um bar, uma narrativa brasileira

O nome Ybatinga vem do tupi-guarani e significa “nuvem”. A escolha reflete a proposta do bar de resgatar símbolos originários da cultura brasileira e integrá-los ao cotidiano de quem frequenta o espaço.

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"Ybatinga vem dessa brisa de estar na praia e ver o tempo mudar com a chegada da nuvem. E pensar que o Brasil já existia muito antes de ser Brasil. O tupi-guarani estava aqui antes de tudo", explica Vitor.

Essa homenagem se estende à trilha sonora nacional, ao cardápio, à arquitetura do espaço e à forma como o público é convidado a experimentar a brasilidade sem estereótipos.

Empadas, língua e moela: o Brasil no prato

O cardápio é um mergulho nos sabores do país, mas sempre com algum desvio inteligente do óbvio. A empada, por exemplo, é um dos destaques: com sabores como frango, camarão e até sugestões como bacalhau (ainda em estudo), o salgado virou uma porta de entrada para quem chega e quer beliscar algo com uma bebida.

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"Empada é muito brasileira, né? E é curiosa essa aceitação dela em todas as faixas etárias. A galera nova ama, os mais velhos também. E ninguém espera isso em um bar", comenta Vitor.

Outra aposta ousada foi o uso de miúdos como ingrediente principal, como no caso da língua e da moela, que entrou no menu após uma enquete com os seguidores nas redes sociais. “Muita gente respondeu que nunca comeu, mas confiava na gente. Isso me deu coragem de colocar no cardápio”, relembra.

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Além disso, o Ybatinga aposta nos frutos do mar, que geralmente são evitados por serem caros ou de difícil preparo. Pratos como o Baião do Mar, a isca de peixe e o vinagrete do mar aparecem em porções menores, pensadas para serem compartilhadas, outro ponto importante da filosofia da casa.

"As pessoas preferem dividir. Ficar provando, petiscando a porção, bebendo junto. Isso é boteco", resume.

Coquetelaria autoral com alma de feira

Os drinks autorais são outro sucesso inesperado. A proposta é trabalhar com bases e frutas brasileiras, como caju, goiaba e cachaça, sempre respeitando a identidade de boteco.

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“Minha geração não bebe cachaça. Então, a ideia foi brincar com isso. Usar o caju, trazer o PML com Osborne, pensar numa coquetelaria que tivesse alma de boteco e não de rooftop”, explica Vitor.

Apesar de a cerveja ser majoritária entre os pedidos, há um público crescente procurando esse ar de novidade.

Nada de cosplay de antigo

O espaço também é pensado para parecer que sempre esteve ali. Nada foi colocado por acaso. Desde as cadeiras, que foram compradas de uma diocese em São Paulo, às mesas com marcas de cigarro e queimaduras, que vieram do Rio de Janeiro, os azulejos e cobogós foram garimpados. O piso vermelho fosco, típico de botecos mineiros, ajuda a completar essa sensação de permanência no tempo.

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“Eu não queria um lugar com cara de cenografia, que parecesse um cosplay de boteco antigo. A ideia era que a pessoa entrasse e sentisse que aquele lugar já existia, já foi vivido”, conta Vitor.

Até os cartões-postais antigos do bairro, ilustrando o cardápio, fazem parte dessa construção afetiva. O cobogó amarelo, por exemplo, veio da única fábrica brasileira que ainda o produz como antigamente.

O cardápio

Entre as opções, destacam-se a moela à moda da casa com pão (R$ 39) e a empada de frango (R$ 15). O menu também conta com sanduíches como o Suculento do José Menino (R$ 45), feito com carne assada lentamente e queijo fundido.

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Para quem busca pratos mais completos, há o Arroz Suculento do José Menino (R$ 49) e o Baião do Mar (R$ 89). Aos finais de semana e feriados, o cardápio ganha pratos especiais, como a isca de peixe com maionese verde (R$ 89), o vinagrete de frutos do mar com pães (R$ 45) e a empada de camarão (R$ 29).

Para a sobremesa, o bar oferece o pudim de doce de leite com calda de tangerina (R$ 29) e um bolo de chocolate (R$ 29), descrito como "Patrimônio brasileiro, molhado, exagerado de brigadeiro". Já a seção de bebidas apresenta coquetéis autorais como o Jurugroni (R$ 31) e o GoiabaSour (R$ 31), além de cervejas, doses e uma variedade de sucos e refrigerantes.

O futuro do boteco

Apesar de o bar ter recém-aberto, Vitor já fala em mudanças: "O cardápio já vai mudar. Eu não paro quieto", brinca.

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Novas ideias e pratos estão sempre no radar. E é justamente essa inquietação, combinada com respeito à tradição, que transforma o Ybatinga em algo mais que um bar para ele.

“Queria um lugar que fosse brasileiro de verdade. Não um Brasil genérico, mas aquele que você sente, que você lembra, mesmo sem ter vivido. E o Ybatinga é isso.”

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