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Em meio à pandemia, Maio Roxo chama atenção para doenças inflamatórias intestinais

"Apesar de toda a gravidade da Covid-19, ainda existem outras doenças comprometendo nossa população", frisa a médica gastroenterologista Bianca Schiavetti

Da Reportagem

Publicado em 24/05/2020 às 16:00

Atualizado em 24/05/2020 às 17:25

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A médica gastroenterologista Bianca Schiavetti frisa a importância do diagnóstico precoce das doenças intestinais inflamatórias / Divulgação

Em meio à pandemia do novo coronavírus, a campanha Maio Roxo entra em sua última semana, no mês de maio, visando conscientizar a sociedade sobre as doenças intestinais inflamatórias (de Crohn e retocolite ulcerativa), que são crônicas e ainda sem cura. 

"Apesar de toda a gravidade da Covid-19, ainda existem outras doenças comprometendo nossa população", frisa ao Diário do Litoral a médica gastroenterologista Bianca Schiavetti, coordenadora estadual do Grupo de Estudos da Doença Inflamatória Intestinal do Brasil (GEDIIB). 

Segundo a médica, a Maio Roxo conscientiza pacientes, familiares e a sociedade em geral, além de ser uma forma de chamar a atenção dos órgãos de saúde pública e privada para às necessidades dos pacientes "no que diz respeito às políticas de saúde voltadas para o acesso ao diagnóstico e ao tratamento". 

"Representadas pela Doença de Crohn e retocolite ulcerativa, elas (doenças intestinais inflamatórias, DII) têm sintomas inespecíficos (tais como dor abdominal, diarréia, sangue e muco nas fezes, anemia, retardo de crescimento em crianças) o que torna muitas vezes difícil o seu diagnóstico", explica Bianca.

"Uma questão completamente atípica neste maio de 2020 está relacionada com as dúvidas a respeito do coronavírus. O que sabemos é que o risco de se infectar pelo vírus Sars-CoV-2 é igual no paciente com ou sem doença inflamatória. Já o risco se de ter a doença Covid-19 vai depender de alguns fatores que estão mais relacionados com a atividade da doença inflamatória e, no caso da medicação, com o uso ou não do corticóide", afirma a gastroenterologista.

"Nesse ponto a importância das ações do Maio Roxo para termos cada vez cada vez mais um diagnóstico precoce, um tratamento correto dentro do que chamamos de uma boa janela de oportunidade, pacientes bem informados e aderentes ao tratamento e com gestores responsáveis pelas tomadas de decisões entendendo que, apesar de toda a gravidade da Covid-19, ainda existem outras doenças comprometendo nossa população", prossegue. 

As DII atingem pessoas geneticamente predispostas que por algum gatilho externo, como tabagismo, dieta industrializada, uso de antibióticos, estresse e infecções virais, acabam tendo sua microbiota modificada e a imunidade alterada, dando início então ao processo inflamatório. 

"Elas podem estar presentes tanto em homens como em mulheres, acometem mais pacientes jovens e em fase produtiva, um pico maior entre os 15 e os 35 anos, mas podem ocorrer em qualquer faixa etária (de crianças até idosos)", afirma Bianca. 

Estima-se mais de 10 milhões de pessoas no mundo com as DII. "Teremos um mapeamento epidemiológico concreto no Brasil com o cadastro nacional de pacientes que está sendo iniciada este ano pelo GEDIIB", diz a coordenadora estadual. 

"Em um trabalho feito pelo doutor Rodrigo Gasparini foi visto que a incidência no Estado de São Paulo, entre os anos de 2012 e 2015, era pouco mais de 22 mil pacientes, considerando os que retiravam algum medicamento pelas farmácias de alto custo no SUS (Sistema Único de Saúde). Destes, 4,15% pegavam a medicação no Departamento Regional de Saúde-IV (Santos), o que corresponderia a cerca de 940 pacientes", explica Bianca. 

Quebra-cabeças

Fazer o diagnóstico de DII, segundo a coordenadora estadual do GEDIIB, muitas vezes é como montar um quebra-cabeças.  "Precisamos encaixar de maneira correta a história clínica, o exame físico, os exames laboratoriais, os exames complementares que podem ser um pouco variáveis de acordo com cada caso mas que, quase sempre, terão a colonoscopia presente", informa a médica. 

 

 

 

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