08 de Outubro de 2024 • 07:03
Santos
Série de reportagens do Diário do Litoral irá informar o eleitor sobre o plano de governo dos candidatos às prefeituras do Litoral de SP
Telma de Souza foi prefeita de Santos de 1989 a 1992 / Divulgação
Os nomes dos candidatos às nove prefeituras da Baixada Santista já foram divulgados pelo TSE. O que resta ao eleitor é conhecer quais propostas estão sendo apresentadas por eles. Saúde, Educação, Mobilidade Urbana, Segurança, e outros assuntos fazem parte do interesse público.
Por isso, a reportagem do Diário do Litoral lança uma série de entrevistas com os 45 prefeituráveis da Baixada Santista para saber quais são os planos para a Região nos próximos anos.
A reportagem do Diário do Litoral conversou com o candidato Telma de Souza (PT) que tenta ocupar a cadeira do Executivo de Santos. A então vereadora na Câmara Municipal já foi prefeita da Cidade de 1989 a 1992. Nesta eleição, a ex-prefeita tenta voltar ao cargo pela coligação “A Santos Que A Gente Quer”, junção entre os partidos Federação Brasil da Esperança - FÉ BRASIL (PT, PC do B e PV), Federação PSOL Rede (PSOL e Rede) e PDT.
Telma de Souza: “Quando prefeita, fui a responsável por implantar o SUS na Cidade. Fomos a primeira do País, inclusive. Criamos as policlínicas, que eram 23 na época, a Casa da Gestante e a marcação de consultas por exames por telefone, uma novidade então. O problema hoje é a demora para conseguir consultas com especialistas, exames e cirurgias e vagas de UTI, entre outros, como a falta de medicamentos em determinadas semanas. Para superar essa demanda, pretendo criar o Programa Saúde Não Espera e zerar as filas, contratando médicos e clínicas de diagnósticos para fazer mutirões. Ao mesmo tempo, tomar as medidas de gestão que evite que essas filas se formem. Consultas e exames serão no mesmo dia para acabar com a maratona que as pessoas hoje têm de cumprir até o tratamento, indo a diversas unidades distintas. Melhorar o uso dos recursos da Saúde é outra medida, fiscalizando contratos e exigindo transparência das organizações sociais (OSs), que são caras e não prestam bons serviços”.
Telma: “O Orçamento da Educação é robusto em Santos, de mais de R$ 1 bilhão, ou de no mínimo 25% do orçamento municipal, como reza a Constituição. Criamos no meu governo 7 mil novas vagas para a Educação e zeramos a fila por creches. E o programa Toda Criança na Escola implantou 40 escolas, classes de aceleração e Educação de Jovens e Adultos. Hoje temos como proposta uma Educação mais moderna, com Educação Midiática, Educação Financeira, Empreendedorismo, Educação Climática, Cultura da Paz. Mas sempre com a valorização do professor, que é a alma da escola. Outras propostas que temos no nosso Plano de Governo é reduzir a distância tecnológica e de infraestrutura entre as unidades, com algumas novas, bem equipadas, e outras antigas, precisando de reparos. Temos que acabar com essa distorção. A Escola Integral também deve chegar, em mais breve espaço de tempo possível, aos 100% dos cerca de 30 mil alunos da rede municipal”.
Telma: “Seremos uma das cidades mais impactadas do Brasil com os efeitos do aquecimento global. A expectativa é que até 2050 haja aumento do nível do mar, atingindo todos os bairros da cidade, com alagamentos permanentes. As respostas da Cidade são tímidas, como colocação de geobags na Ponta da Praia, para conter a força das ondas. É preciso mais: concluir as obras de combate às enchentes, redimensionar o sistema pluvial da cidade, enfrentar o adensamento e a verticalização, fazer obras contra deslizamentos de encostas. Vamos rever as leis de uso e ocupação do solo, na Área Insular e na Área Continental. A coleta seletiva deve passar de um para dois dias por semana, viabilizando inclusive a contratação direta de cooperativas e associações de catadores. E muito importante, posicionar-se contra a instalação de empreendimentos prejudiciais, como as cavas subaquáticas, as usinas de incineração de resíduos sólidos, as termoelétricas e a operação de navios-bomba na região”.
Telma: “Desde o meu governo à frente da Prefeitura, não houve avanços significativos. Municipalizamos o transporte público, rompendo com a política de reajustes desenfreados. Fizemos o bilhete único com o Terminal do Valongo para integração entre os bairros das regiões da Orla e Intermediária com a Zona Noroeste. E o ônibus grátis no último domingo do mês. Concedemos a gratuidade para maiores de 65 anos, pessoas com deficiência e estudantes. Também implantamos a primeira ciclovia, na Avenida Portuária e iniciamos o sistema hidroviário, com uma barca entre a ilha e a Área Continental. Hoje, temos outras demandas e posso destacar como um deles um melhor planejamento das obras da Prefeitura e das concessionárias. Gradativamente, vamos chegar à Tarifa Zero, seguindo uma tendência de cidades de todo o mundo. Frota 100% elétrica é outra medida que deve ser adotada. Também devemos assumir, enquanto poder público, a adequação e gestão das calçadas”.
Telma: “Enfrentamos índices perigosos de roubo, furto, violência contra mulheres, crianças e idosos e há repressão às periferias. Foi durante o meu governo que estruturamos e ampliamos a Guarda Municipal, com os primeiros concursos, zelando pelo patrimônio municipal e fortalecendo a sensação de segurança. A primeira ação será uma reunião com o secretário estadual de Segurança, Guilherme Derrite, e com o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski. A pauta será um novo modelo de Segurança: preventivo, acolhedor ao cidadão e respeito à dignidade humana, sem marginalizar a pobreza. Nossa proposta também inclui a ampliação da inteligência e da tecnologia, dobrando para 4 mil o número de câmeras de vigilância na cidade. Paralelamente, ampliar o efetivo da Guarda Civil Municipal para proteger escolas, unidades de saúde e todos os equipamentos públicos e garantir, com o teste psicológico, que os guardas armados estão aptos a portá-las”.
Telma: “Santos é uma cidade rica, mas desigual, com altos índices de desenvolvimento urbano e econômico, ao mesmo tempo em que uma parte da população precisa mudar para outras cidades da região por conta de aluguéis e preço dos imóveis. Desenvolvimento Econômico e Emprego têm de ocorrer com redução da desigualdade social. Vamos implementar o Fundo Municipal de Combate à Desigualdade de Santos, criado por lei minha, diversificar a Economia de Santos para gerar mais e novos empregos, impulsionando a Economia Criativa, Economia Solidária e da Economia da Tecnologia. Liderar o debate do planejamento do Porto e a criação de novos postos de trabalho é outro ponto, com a mobilização junto ao Governo Federal para a implantação da Zona de Processamento de Exportação, que aumentará o valor agregado das exportações do Porto de Santos. Finalmente, criar incubadoras sociais para organizações do terceiro setor e empresas de autogestão, buscando a profissionalização e a sustentabilidade dessas atividades”.
Cotidiano
A Polícia Militar irá auxiliar a concessionária no controle do tráfego durante todo o período de bloqueio
Brasil
Início do evento estava previsto para o dia 10, quinta-feira