O apartamento em questão é usado apenas como residência de veraneio / Arquivo pessoal/Wagner da Silva
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Moradores de um condomínio em Santos, no litoral de São Paulo, estão enfrentando cobranças extremamente elevadas nas contas de água e esgoto. O caso mais alarmante ocorreu em maio deste ano, quando um dos condôminos recebeu uma fatura no valor de R$ 190.979,79.
A cobrança foi posteriormente corrigida, mas acendeu um alerta para o que parece ser um problema recorrente no local.
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O apartamento em questão, localizado no condomínio Enseada das Orquídeas, é usado apenas como residência de veraneio, e seu consumo sempre foi considerado baixo, girando em torno de 9 metros cúbicos por mês.
Ainda assim, nos últimos meses, o proprietário se deparou com valores incompatíveis com o uso do imóvel, chegando a ser cobrado por um suposto consumo de 71 metros cúbicos.
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Em um grupo de mensagens, ele descobriu que não estava sozinho: diversos outros moradores relataram cobranças igualmente incoerentes.
O condomínio contratou a empresa Laager para realizar a individualização e leitura dos hidrômetros, dentro de um programa de credenciamento da Sabesp. A empresa é responsável por repassar os dados de consumo à companhia, que emite as faturas.
No entanto, quando os valores não batem, os moradores afirmam enfrentar um jogo de empurra entre a Laager e a Sabesp.
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No caso do morador que recebeu a cobrança de quase R$ 191 mil, ele só conseguiu a correção após a intervenção do síndico, que acionou um contato interno na Sabesp.
A conta foi ajustada para R$ 156, valor condizente com o consumo real do imóvel, ocupado por um inquilino na época.
Mesmo após o ajuste, a insatisfação persiste. Muitos moradores relatam que, diante de erros, são obrigados a resolver a situação por conta própria, sem apoio direto do condomínio.
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A dificuldade de acesso a informações, agravada pela lei de proteção de dados, aumenta a sensação de insegurança.
Cerca de 40 moradores se organizaram e ingressaram com uma ação judicial contra a Laager, alegando cobranças abusivas e falta de resposta da empresa. A maioria afirma já ter recebido faturas com valores fora da realidade e sem justificativa plausível.
A Sabesp informou que está analisando as faturas do condomínio, localizado no bairro José Menino, e que irá reenviar os boletos corrigidos, responsabilizando o fornecedor terceirizado pelas falhas na medição.
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Já a Laager declarou que realiza as leituras com base nos dados dos medidores e que o erro no caso da unidade 94-B ocorreu durante o faturamento da Sabesp.
A empresa afirma que o consumo correto era de 10 metros cúbicos, e mesmo se fosse de 16 m³, o valor cobrado não poderia ultrapassar R$ 148,04. A companhia diz que já disponibilizou as informações ao morador e reafirma seu compromisso com a transparência.