Nas feiras culturais de Santos, é quase impossível não ser atraído de longe pelo aroma do azeite de dendê. / Isabella Fernandes/DL
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Nas feiras culturais de Santos, é quase impossível não ser atraído de longe pelo aroma do azeite de dendê. O cheiro vem da barraca Acarajé Flor do Dendê, onde a iguaria baiana é servida com generosidade e tradição. À frente do ponto está Rogério Correia, 53 anos, agente cultural e cozinheiro que, há mais de seis anos, leva às ruas o sabor, a ancestralidade afro-brasileira e a espiritualidade do candomblé por meio da gastronomia.
O projeto nasceu dentro da Centro de Culto Afro-Brasileiro Ilê Àsé Sobo Oba Àrìrá, localizada na rua Otávio Corrêa, 64, no Estuário, em Santos.
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“A ideia surgiu de um projeto de gastronomia que a gente tem dentro da instituição. Damos aulas gratuitas de culinária afro-brasileira, ensinando o passo a passo dos pratos típicos”, conta Rogério.
Mas o sucesso foi tanto que a comunidade incentivou o grupo a levar o acarajé para as ruas.
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“O pessoal começou a falar: ‘Por que vocês não vendem?’. Fizemos um teste e foi um sucesso. Desde então, estamos aí até hoje”, relembra.
Na barraca Acarajé Flor do Dendê, o cardápio é um mergulho na tradição baiana com o acarajé completo, vendido a R$ 35, o abará vem recheado com vatapá, caruru, camarão e salada.
Entre as sobremesas, o cardápio traz, quindim, cocada e pudim de tapioca, todos vendidos a R$ 10 cada.
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“São comidas que carregam memória, afeto e cultura. A gente faz com muito respeito às nossas tradições”, explica.
Rogério entrou para o Centro de Culto Afro-Brasileiro Ilê Àsé Sobo Oba Àrìrá aos 22 anos, atraído pela beleza e profundidade da religião e da cultura afro-brasileira. Três décadas depois, ele continua participando ativamente dos projetos sociais da casa, que incluem aulas gratuitas de culinária, percussão e corte e costura.
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“Hoje, mais de 120 pessoas frequentam a instituição. Muitos encontram ali uma forma de fortalecer a fé e também gerar renda”, diz.
O lucro obtido com a venda dos pratos é revertido para melhorias na própria instituição.
“Tudo o que a gente arrecada volta para o Ilê. É uma forma de manter a casa viva e ajudar outras pessoas.”
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A barraca é composta por membros da instituição e também faz parte do Coletivo AfroTour, grupo que reúne iniciativas culturais negras de Santos. Por isso, o Acarajé Flor do Dendê é presença garantida em eventos, festivais e feiras afro-brasileiras, especialmente durante a Semana da Consciência Negra.
“É muito gostoso participar desses eventos. A gente já tem um público fiel, pessoas que seguem nossas redes sociais e vão atrás da gente onde quer que estejamos”, conta.
Para quem quiser provar o acarajé pode acompanhar o Instagram @acarajeflordodende, onde são divulgadas as próximas feiras e eventos.
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Vale a pena provar essa iguaria e, ao mesmo tempo, contribuir com o trabalho do instituto.