A mobilização acontece após uma sequência de crimes ocorridos na região / Fernando Frazão/Agência Brasil
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A luta contra a violência de gênero volta às ruas da Baixada Santista neste domingo, 1º de junho, com um ato público marcado para às 10h na Praça das Bandeiras, no bairro do Gonzaga, em Santos.
A manifestação é organizada por coletivos feministas e entidades de defesa dos direitos das mulheres, que cobram justiça pelas vítimas de feminicídio e exigem ações mais eficazes por parte do poder público.
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A mobilização acontece após uma sequência de crimes ocorridos na região. Um dos casos mais recentes é o de Amanda, assassinada a tiros pelo companheiro em Santos. A filha da vítima, de apenas 10 anos, também foi baleada.
Mesmo acionada, a Polícia Militar não conseguiu impedir o crime. Casos semelhantes foram registrados em Itanhaém e Mongaguá, envolvendo outras mulheres e crianças.
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Os dados reforçam o cenário de alerta. No Estado de São Paulo, já foram contabilizados 144 feminicídios apenas em 2024, sendo 125 cometidos por parceiros ou ex-parceiros. Em muitos desses casos, as vítimas estavam sob medidas protetivas.
Na capital paulista, foram 1.177 registros de violência contra a mulher só no último ano, número que representa um aumento de 12,4% em relação a 2023. A maioria das vítimas tinha entre 18 e 39 anos.
Organizadores do ato afirmam que os episódios revelam falhas graves do sistema de segurança pública e a insuficiência das políticas de proteção à mulher.
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O caso de Amanda, em especial, chamou atenção pela presença da polícia no momento do crime, sem que ela conseguisse evitar a tragédia. O caso, inclusive, levou a PM à abrir uma investigação sobre a conduta dos agentes envolvidos.
O protesto é organizado pelo Coletivo Feminista Classista Antirracista Antilgbtfóbico Maria vai com as Outras, pelas Promotoras Legais Populares, pela Frente pela Legalização do Aborto Baixada Santista (FLABS) e pela Secretaria de Mulheres do Partido dos Trabalhadores.
Os grupos convocam toda a sociedade santista e da região a se unir ao ato como forma de apoio às vítimas e de pressão por mudanças urgentes.
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Leila Kesseler, integrante do Coletivo Maria vai com as Outras, reforça a importância da mobilização social. Ela destaca que é necessário combater o feminicídio e a violência contra a mulher com protestos, denúncias, apoio às vítimas e ações que promovam a igualdade e o respeito.
Para ela, a Lei do Feminicídio representa um avanço, mas não tem sido suficiente, pois a violência persiste e exige medidas mais amplas.
Entre elas, está a necessidade de incorporar esse debate em todos os espaços institucionais e privados, incentivando a denúncia e a busca por ajuda em casos de agressão ou ameaça.
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“É importante que a sociedade se mobilize para combater o feminicídio e a violência contra a mulher, por meio de protestos, denúncias, apoio às vítimas e ações que promovam a igualdade e o respeito.
A Lei do Feminicídio, é um avanço, mas não tem sido suficiente porque a violência contra a mulher persiste e requer ações mais abrangentes como, por exemplo, incorporar esse debate em todos os espaços institucionais e privados, inclusive para que as pessoas denunciem as violências e procurem ajuda em caso de agressão ou ameaça.”
Com o lema “Nossas vidas importam”, os organizadores pedem que a população não espere ser atingida pela violência para agir. O ato é aberto a todos os que desejam somar forças na luta por justiça e pelo fim do feminicídio.
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