Mesmo com raízes históricas fortes, o bairro Chinês acompanha a modernização da cidade / Divulgação/PMS
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Quem entra em Santos pela região central passa, inevitavelmente, pelo bairro Chinês. Pequeno em tamanho, com pouco mais de 71 mil metros quadrados e apenas 33 residências registradas, o local se destaca não apenas pela posição estratégica, mas também por carregar um pedaço importante da história da cidade.
Atualmente, essa herança ganha ainda mais visibilidade com os serviços do programa Viva o Bairro, que leva melhorias urbanas e atenção especial à região até o final de maio.
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Os trabalhos incluem ações como caiação, corte de grama, poda de árvores, raspação, limpeza, pintura de espaços públicos, tapa-buracos e reparos em bocas de lobo. Além disso, o tradicional monumento do Cristo Redentor, feito de areia do mar e localizado na Praça Lions Clube, também está recebendo revitalização.
A estátua de 2,75 metros, criada em 1980 por Pedro Germi, é um símbolo de boas-vindas a quem chega pela entrada da cidade.
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Apesar do nome, o bairro não tem origem chinesa. O apelido surgiu por conta das feições orientais dos primeiros moradores, imigrantes japoneses que se estabeleceram na região.
Com o tempo, o bairro também passou a abrigar imigrantes espanhóis, portugueses e migrantes do Nordeste, principalmente trabalhadores do Porto de Santos.
O crescimento econômico foi acompanhado pelo surgimento de comércios como açougues, padarias e quitandas.
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Durante a Segunda Guerra Mundial, o bairro enfrentou um período de desvalorização e foi gradualmente perdendo moradores de maior poder aquisitivo.
Mais tarde, durante o regime militar, foi incorporado ao bairro do Valongo e só teve sua identidade oficialmente reconhecida em 2011, com uma atualização na legislação municipal.
A história do Chinês também está ligada à cultura popular. Um dos primeiros blocos de Carnaval da cidade nasceu ali, o "Babys do Jardim da Infância", ativo entre 1940 e 1950.
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Posteriormente, os foliões criaram o bloco "Turistas do Bairro Chinês", que arrastava multidões do Centro até a praia durante as noites de festa. O pioneirismo carnavalesco foi lembrado em 2018, quando o bairro foi homenageado pelo tradicional Carnabanda.
No esporte, o destaque fica por conta da Sociedade Esportiva Barreiros, clube de várzea fundado em 1948. Foi jogando pelo time do bairro que Clodoaldo Tavares Santana, campeão mundial com a Seleção Brasileira na Copa de 1970, começou sua carreira.
O Barreiros também revelou outros atletas para o Santos FC, como o meio-campista Negreiros.
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Mesmo com raízes históricas fortes, o bairro Chinês acompanha a modernização da cidade. Na Praça Lions Clube, foi inaugurado em 2016 o segundo hotel da rede Ibis em Santos, com 15 andares e 240 quartos.
Localizado em uma das principais entradas da cidade, o empreendimento é estratégico para turistas e viajantes a trabalho, ficando próximo da rodoviária, do terminal de cruzeiros e das rodovias de acesso à capital.
A Praça Manoel de Almeida, ponto central do bairro, está sendo completamente reformada. O espaço agora conta com pista de caminhada de 200 metros, miniarquibancada, áreas de paisagismo e uma academia ao ar livre revitalizada.
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O parquinho infantil também passa por melhorias, com destaque para um novo caminho sensorial, voltado especialmente para crianças com autismo. A reforma está sendo realizada com o apoio da EcoFábrica.
Enquanto os serviços avançam, o bairro Chinês reafirma sua importância para a identidade santista.