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Santos

Assistente social usa arte para humanizar visão sobre pessoas que vivem nas ruas de Santos

Exposição está em cartaz até o próximo dia 25 na Galeria VIP do Centro de Cultura Patrícia Galvão

Da Reportagem

Publicado em 18/11/2023 às 15:30

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As obras são criação da assistente social e artista plástica Mariana Lúcio / Divulgação

Histórias de vida de pessoas que viveram nas ruas. Algumas vitoriosas, outras emocionantes, muitas delas tristes. A exposição 'Retratos de Vida e de Morte em Situação de Rua', que fica em cartaz até o próximo dia 25 na Galeria VIP do Centro de Cultura Patrícia Galvão, provoca reflexão a partir destas vivências tão reais da dureza das ruas.

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A Secretária de Desenvolvimento Social de Santos, Audrey Kleys, comemora um momento tão importante de reflexão em um espaço como o Teatro Municipal. "É fundamental que nós, enquanto sociedade, conheçamos não apenas estas pessoas e suas histórias, mas serviços de excelência oferecidos pelo Poder Público e que estavam presentes em diversas histórias contadas na abertura da exposição, caso da Abordagem Social e o Consultório na Rua. Fundamental um espaço de diálogo como este, melhor ainda que seja na forma de arte".

A coordenadora de Museus e Galerias de Santos, Inês Rangel, se diz privilegiada por poder participar de um processo como este. "Nós vivemos tão envolvidos em nossas próprias vidas que muitas vezes não paramos para refletir sobre histórias das ruas e como podemos unir forças para ajudar a resgatar estas vidas".

As obras são criação da assistente social e artista plástica Mariana Lúcio, que durante quase três anos foi estagiária do serviço de Abordagem Social da Secretaria de Desenvolvimento Social de Santos.

Ela explica o desejo de contar as histórias como uma forma de humanizar, ao olhar da sociedade, quem vive nas ruas. "É forte a tendência em tratar esse segmento da população como um grupo uniforme, homogêneo. E isso é desumanizador. Aprendi com minhas supervisoras a não perder esse olhar para a singularidade, observando cada pessoa em sua história, seus vínculos, suas dores e potências. Conheci pessoas que chegaram na rua por caminhos muito diversos, algumas marcaram minha vida, fiz amigos, e resolvi homenageá-los".

A produção dos trabalhos foi possibilitada pelo Fundo Municipal de Assistência à Cultura. A artista acredita que a chegada da exposição a um espaço como o Centro de Cultura Patrícia Galvão pode ampliar a discussão. "A exposição é combustível para alimentar e dar visibilidade a um processo de conscientização e luta muito maiores, anteriores e posteriores a nós".

Mariana fala ainda da relação com as pessoas retratadas nos quadros. "Existe nesse projeto um processo mais global, de pensar a questão social e formas de enfrentamento à desigualdade, mas existe também o processo singular de cada pessoa retratada, das reações ao saber que a homenagem aconteceria, do impacto de se ver traduzido pelos meus olhos e de contar sua história nos espaços de debate, as vezes pela primeira vez. Acho que cada pessoa teve sua própria experiência com essa exposição, de se entender importante, relevante, digna, de saudade dos que se foram, de celebração das superações, tristeza pelas violências, de amizade, autoestima e esperança".

A exposição 'Retratos de Vida e de Morte em Situação de Rua fica na Galeria VIP do Centro de Cultura Patrícia Galvão até o próximo sábado (25). Fica no segundo piso do Teatro Municipal Braz Cubas (Avenida Pinheiro Machado, 48, na Vila Mathias). O horário de visita é das 13h às 18h.

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