Por que o PCC aparece como principal suspeito no assassinato de Ruy Ferraz Fontes?

O assassinato do ex-delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Ruy Ferraz Fontes, ocorrido na última segunda-feira (15), em Praia Grande, reacendeu os alertas sobre a atuação do Primeiro Comando da Capital (PCC).

Fontes era conhecido por sua atuação direta contra a facção e, segundo investigações anteriores, já havia sido marcado como alvo do grupo.

Investigação do Ministério Público indicava ordem de execução

Em 2019, o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) denunciou a existência de uma lista de execuções determinada por lideranças do PCC. Mesmo presos em presídios federais, integrantes do alto comando, incluindo Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, teriam conseguido se reunir e ordenar a morte de três membros da Polícia Civil. Entre os nomes listados estava o de Ruy Ferraz Fontes.

Especialista em desmantelar a facção

A partir dos anos 2000, Ruy Ferraz ganhou destaque dentro da Polícia Civil por sua atuação no mapeamento da estrutura interna, das hierarquias e das vulnerabilidades do PCC.

Quem era o delegado Ruy Ferraz Fontes, assassinado em Praia Grande

Suas investigações ajudaram a traçar o perfil da organização criminosa e a orientar ações estratégicas para enfraquecê-la.

Operações após os ataques de 2006

Após os ataques coordenados pelo PCC em maio de 2006, que deixaram dezenas de mortos no estado de São Paulo, Fontes teve papel central em uma grande operação de resposta.

Ele foi um dos responsáveis por identificar líderes da facção envolvidos nos ataques e organizou sua transferência para presídios federais em diferentes regiões do país. A ação buscava isolar o comando da organização e enfraquecer sua comunicação interna.

Atuação estratégica na Polícia Civil

Com décadas de serviço, Ruy Ferraz tornou-se referência em áreas como investigação financeira, inteligência policial e operações contra o crime organizado.

Durante sua carreira, passou por unidades como o DEIC, DENARC, DHPP e chegou ao posto máximo da instituição como Delegado Geral da Polícia Civil de São Paulo. Sua atuação firme contra o PCC o colocou na mira da facção, segundo apurações realizadas ao longo dos anos por órgãos de segurança.

Saída da polícia e atuação na vida pública

Após se aposentar da Polícia Civil, Ruy Ferraz Fontes aceitou, em 2023, o convite para assumir a Secretaria de Administração da Prefeitura de Praia Grande, no litoral paulista. Mesmo fora da corporação, continuou sendo um nome associado ao combate ao crime organizado.

O assassinato

O crime ocorreu na Avenida Marginal, no bairro Vila Mirim, por volta das 18h20. Segundo a polícia, um veículo emparelhou com o carro em que Ruy estava e os ocupantes atiraram diversas vezes.

O carro colidiu com um ônibus e capotou. Ele morreu no local. O veículo utilizado pelos criminosos foi localizado em seguida. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil, que considera a hipótese de execução premeditada.