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Política

‘Quem mudou foi o governo’

Vereador da base aliada, Adeildo Heliodoro, o Dinho (PT), critica três secretários municipais

Publicado em 03/04/2013 às 11:52

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Vereador em seu terceiro mandato, Adeildo Heliodoro vem mostrando insatisfação com o atual Governo Marcia Rosa. Fossem apenas uma críticas de um parlamentar, elas já seriam válidas. Mas o peso das críticas apontadas por ele têm maior peso por dois fatores: ele é do partido da prefeita, o PT, e, no governo anterior, foi secretário municipal. Na entrevista concedida na tarde de terça-feira, ele não demonstrou interesse em sair do partido, desmentindo comentários ouvidos na terra do guará-vermelho. Veja, a seguir, suas declarações e avaliações do Governo Municipal.

Diário do Litoral - Em seus posicionamentos no início desta legislatura, o senhor fez críticas à prefeita Marcia Rosa (PT), apesar de o senhor ser da base governista. Que avaliação o senhor faz dos primeiros 90 dias do governo?

Dinho - Primeiro, é importante frisar que estou no Partido dos Trabalhadores, mesmo partido da prefeita, e os meus posicionamentos são os mesmos que tinha há oito anos, quando ingressei na Política, no meu primeiro mandato. Algumas decisões não concordo, uma delas foi a nomeação da secretária de Meio Ambiente, Ana Maria Rodrigues de Oliveira, que era braço direito do governo anterior, que sofreu várias críticas minhas, da atual prefeita e de vários membros do PT. Para mim, não vale a desculpa de ser um acordo político. Tem acordo que não deve sequer ser pactuado. Esse é um deles.

DL - O senhor acredita que essa foi uma falha da prefeita?
Dinho -
Uma grande falha do governo. Eu não estou sequer discutindo a questão pessoal, mas a questão política. Ela era o braço direito do gestor anterior, que nós apontávamos como sendo o pior governo da história (de Cubatão). De repente, não prestou para ele, e agora presta para nós?

DL - Por que o senhor acha que a prefeita tomou essa medida?
Dinho -
Isso foi acordo político, que não deveria nem ser pactuado. Eu prefiro perder a eleição do que ganhar com certos acordos. Eu não concordo. Esse foi um dos problemas. Tem outros.

'Sou eleitor da Dilma. Sei do que foi feito de transformação, principalmente no Nordeste' (Foto: Luiz Torres/ DL)

DL - Quais?
Dinho -
O reajuste da tarifa do transporte. Simplesmente veio, sem ser discutido com nenhum vereador. Não concordo com a forma como isso foi colocado. Tem a questão da interrupção do transporte universitário. Não sei quem foi o gênio que teve essa ideia.

DL - O senhor acha que poderia ser encontrada uma saída financeira para manter esse benefício?
Dinho -
Não acho. Tenho certeza absoluta. Inclusive apresentei sugestões, como o encerramento do contrato com a Entrelinha (de Comunicação), que é de R$ 2 milhões por ano; sugeri a redução do número de secretarias, e que não se pagasse o cartão servidor para os cargos comissionados; além do o uso do dinheiro devolvido pela Câmara à Prefeitura. Em 2011, foram R$ 7 milhões e, no ano passado, R$ 7,4 milhões. Esse ano vai sobrar novamente, no mínimo, R$ 5 milhões. Então, que parte dessa quantia seja direcionada ao transporte universitário, atendendo a um pedido dos 11 vereadores, já que o custo é de R$ 3,5 milhões ao ano. No site da Prefeitura foram publicadas seis notícias, entre novembro até agora, sobre o transporte universitário, abrindo inscrição e prorrogando. E depois diz que não? Alguém errou. Se alguém errou, não foram os estudantes. E quem errou deve pagar por isso.

DL - Faltou planejamento?
Dinho -
Sim, por parte de alguém do governo. Tem três membros do governo que estão atrapalhando, e muito, a Administração.

DL - O senhor poderia dizer quem são esses três?
Dinho - Não. Prefiro não mencionar os nomes, mas quem acompanha meus posicionamentos deve saber.

DL - Em três meses desse governo, a prefeita já chamou a base para conversar?
Dinho -
Ela fez reuniões com os vereadores que ajudaram a reelegê-la este ano, antes do reajuste do transporte.

DL - O senhor acredita que ela pode reverter a decisão de interromper o transporte universitário?
Dinho -
Eu não tenho dúvidas. O transporte não vai acabar. Vai continuar. Até porque apresentamos a solução prática. Ou vão aguentar 1.300 universitários fazendo manifesto? Apresente os números. Tem de reduzir gastos? Sou a favor, mas não que se corte isso.

DL - A prefeita tem falado muito nos efeitos da crise econômica. O senhor vê, de fato, a crise atingindo a Cidade, ou é uma questão de gestão?
Dinho -
O que eu vejo são três secretários, muito ouvidos, que estão prejudicando a Administração. Não têm competência e não tem qualquer tipo de comprometimento com a Cidade.

DL - O senhor é da base governista. Já mostrou essa insatisfação para ela?
Dinho -
O que eu tinha que falar internamente, eu já falei. Agora, exponho externamente meus posicionamentos. Detalhe: não mudando nada daquilo que já me posicionava antes. Quem mudou foi o governo. Não defendia, no passado, os ônibus universitários? Continuo defendendo. Não defendia as bolsas de estudo? Continuo defendendo.

DL - O senhor afirmou que não vai mais se candidatar na Câmara e não aceitará ser secretário. Então, será candidato a prefeito?
Dinho -
É cedo para isso. O que quero hoje é dormir tranquilo, como sempre fiz. Lá na frente, é a população que vai decidir o que vai acontecer.

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