19 de Março de 2024 • 06:36
Serra deixou a prefeitura para Gilberto Kassab, enquanto Covas herdou o cargo com a saída de João Doria / Foto: Doria e Covas: Divulgação/Governo de Estado; Kassab: Pedro França/Agência Senado; Serra: Rovena Rosa/Agência Brasil
Desde 1985, a primeira eleição municipal após a redemocratização do País, o PSDB conseguiu eleger dois prefeitos em São Paulo: José Serra, em 2004, e João Doria, em 2016. Ambos se afastaram do cargo após menos de um ano e meio de mandato para disputar – e vencer – as eleições ao governo do Estado.
Em entrevista à Gazeta em outubro último, o agora reeleito Bruno Covas (PSDB) prometeu cumprir os quatro anos de mandato caso vencesse o pleito, o que se confirmou nas eleições deste domingo.
Em 2004, Serra chegou a assinar um documento assumindo que cumpriria seu mandato até o fim, mas não foi o que aconteceu, e ele se tornou governador em 2006. Em nova campanha para prefeito, em 2012, o tucano negou que tenha quebrado o compromisso seis anos antes e disse que o documento que assinara para prometer que cumpriria o mandato era “um papelzinho”.
“Primeiro, eu não assinei nada em cartório. Isso é folclore”, disse Serra em entrevista à “Rádio Capital". “Houve um debate, uma entrevista. O pessoal perguntou: ‘Se o senhor for eleito prefeito vai sair para se candidatar à Presidência?’ Eu disse que não. ‘Então assina aqui.’ Eu assinei um papelzinho. Não era nada... Eu estava dizendo a absoluta verdade”, complementou.
Com a sua saída, o vice Gilberto Kassab, então um desconhecido de boa parte do eleitorado paulistano e filiado ao PFL (depois renomeado para DEM), assumiu o cargo na maior metrópole do País. Kassab, hoje a principal liderança do PSD, conquistou a reeleição em 2008, e cumpriu seu mandato até 31 de dezembro de 2012.
Mesmo enredo
Em 2016, João Doria cumpriu um enredo semelhante ao de Serra, ao também prometer durante a campanha eleitoral que não abandonaria o cargo de prefeito. Porém, um ano e 95 dias depois de tomar posse, ele deixou a função para a qual havia sido eleito para o pouco conhecido Bruno Covas, em busca do governo do Estado.
Durante a campanha para a prefeitura, ele chegou a assinar um documento a pedido do portal “Catraca Livre”: "Eu, João Doria, comprometo-me a cumprir integralmente meu mandato nos anos de 2017, 2018, 2019 e 2020 caso seja eleito prefeito da cidade de São Paulo em 2016".
Reeleito
Bruno Covas foi reeleito prefeito de São Paulo neste domingo. O tucano recebeu 3.169.121 votos e, com 59,38% dos votos válidos, superou seu adversário, Guilherme Boulos (PSOL), que recebeu 40,62% dos votos válidos.
Com isso, o tucano conquistou o direito de comandar a cidade até o fim de 2024, e terá como vice o atual vereador Ricardo Nunes (MDB). Entre as missões mais importantes da nova gestão está a necessidade de liderar a cidade para minimizar os impactos econômicos e sociais causados pela pandemia do novo coronavírus.
“Nós temos que combater as desigualdades. Nós temos que combater o coronavírus. Nós temos que investir em saúde e educação. Nós temos que fazer da nossa gestão mantra na busca de emprego, emprego, emprego e oportunidades”, disse Covas em seu primeiro discurso como prefeito reeleito.
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