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Política

PF prende Yunes, advogado e ex-assessor de Temer, e dono da Rodrimar

Foram presos ainda o coronel João Batista Lima Filho, o ex-ministro da Agricultura Wagner Rossi (MDB), aliados de Temer

Folhapress

Publicado em 29/03/2018 às 22:04

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José Yunes, 80, amigo e ex-assessor do presidente Michel Temer / Paulo Giandalia/Estadão Conteúdo

A Polícia Federal prendeu nesta quinta-feira (29), às 6h, o empresário e advogado José Yunes, 80, amigo e ex-assessor do presidente Michel Temer (MDB) na operação Skala.

Foram presos ainda o coronel João Batista Lima Filho, o ex-ministro da Agricultura Wagner Rossi (MDB), aliados de Temer, e o empresário Antônio Celso Grecco, dono da Rodrimar, empresa que atua no Porto de Santos.

Muito próximo do presidente da República, o coronel Lima, que vinha há meses adiando depoimentos à PF com justificativas de problemas de saúde, foi tirado de casa em uma ambulância e levado a um hospital de São Paulo.

Rossi foi preso às 6h em sua casa, em Ribeirão Preto, e levado à PF na cidade para prestar depoimento.

Depois, será encaminhado à superintendência da PF em São Paulo.

Ele, que foi ministro da Agricultura nos governos Lula e Dilma, é pai do deputado Baleia Rossi, líder do MDB na Câmara.

Grecco foi preso em sua casa, em Monte Alegre do Sul (SP) e foi levado à Polícia Federal em São Paulo.
Também estão sendo feitas ações de busca e apreensão na sede da Rodrimar e na casa do Grecco, em Santos.

As detenções foram autorizadas pelo ministro Luis Roberto Barroso, do STF (Supremo Tribunal Federal), relator do inquérito que investiga Temer por suposto recebimento de propina em troca de benefícios a empresas do setor portuário via decreto.

A decisão poderá ser revista pelo STF ao longo do dia após o cumprimento de todos os mandados.

A PF disse, em nota, que "por determinação do STF, não se manifestará a respeito das diligências realizadas na presente data".

OUTRO LADO

A defesa de Yunes e Grecco disseram que a prisão é temporária, de cinco dias.

O advogado José Luis Oliveira Lima, que defende Yunes, disse ser "inaceitável a prisão de um advogado com mais de 50 anos de advocacia, que sempre que intimado ou mesmo espontaneamente compareceu a todos os atos para colaborar".

"Essa prisão ilegal é uma violência contra José Yunes e contra a cidadania."

A reportagem ainda não conseguiu contato com a defesa de Wagner Rossi.

INVESTIGAÇÃO

Yunes é citado em inquérito sobre o decreto dos portos que investiga Temer, o ex-deputado e ex-assessor presidencial Rodrigo Rocha Loures (MDB-PR) e um sócio e um diretor da empresa Rodrimar, que atua no porto de Santos (SP).

Também é mencionado o coronel Lima, aposentado da Polícia Militar de São Paulo e próximo do presidente desde os anos 1980.

A investigação apura se Temer praticou os crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Editado em maio do ano passado, o decreto suspeito ampliou de 25 para 35 anos os prazos dos contratos de concessão e arrendamento de empresas que atuam em portos e permitiu que eles possam ser prorrogados até o limite de 70 anos.

O presidente nega o envolvimento em irregularidades.

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