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Política

Para apoiar Dilma, Lula se revezará com ela nos palanques

A estratégia do "revezamento" já foi usada por Lula no fim da campanha de 2010, quando ele lançou Dilma à Presidência

Publicado em 29/09/2013 às 19:51

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 Depois de dizer que está "no jogo", o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva mostrou que será um caixeiro viajante para reeleger sua sucessora, Dilma Rousseff. "Quero ser a metamorfose ambulante da Dilma", afirmou ele, em entrevista aos jornais do Grupo Diários Associados, que circulam na capital federal.

A cúpula do PT só aguarda a definição do quadro partidário, nesta semana, para montar uma agenda de viagens para Lula. Pela lei, o prazo de filiação para quem quiser disputar a eleição do ano que vem termina no sábado, 5. Lula não ficará na coordenação da campanha de Dilma, mas deixou claro o que todos já sabiam no meio político: pedirá votos para a presidente, muitas vezes se revezando com ela nos palanques.

"Eu vou percorrer o Brasil como se eu fosse candidato", afirmou Lula. "Se ela não puder ir para o comício num determinado dia, eu vou no lugar dela. Se ela for para o Sul, eu vou para o Norte Se ela for para o Nordeste, eu vou para o Sudeste. A única coisa que eu não vou fazer é cantar, porque sou desafinado, mas, no resto, ela pode contar comigo."

A estratégia do "revezamento" já foi usada por Lula no fim da campanha de 2010, quando ele lançou Dilma à Presidência. Essa "divisão de tarefas" sempre foi defendida pelo marqueteiro João Santana como forma de multiplicar a propaganda petista.

"Se ela não puder ir para o comício num determinado dia, eu vou no lugar dela. Se ela for para o Sul, eu vou para o Norte Se ela for para o Nordeste, eu vou para o Sudeste", afirmou Lula (Foto: Divulgação)

Na entrevista, o ex-presidente também avisou que não aceitará divisões no PT em relação a Dilma, enterrando de vez o "Volta Lula", entoado por setores do partido. "Se houver alguém que se diz lulista, e não dilmista, eu o dispenso de ser lulista", insistiu. "Eu não estou pedindo que as pessoas gostem dela. Eu quero que as pessoas a respeitem na função institucional e saibam que o PT está lá para apoiá-la."

Campos e Aécio. Na avaliação de Lula, o PT e integrantes do governo erraram ao empurrar o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), para fora da base aliada. "Foi um prejuízo para a gente ter o PSB, e sobretudo o Eduardo, do outro lado", disse o ex-presidente. Mesmo assim, ele afirmou não dar "de barato" que Campos - presidente do PSB - dispute o Palácio do Planalto com Dilma, no ano que vem.

"Eu não dou de barato que as coisas estão definidas na eleição. Nem para o Eduardo Campos ser candidato nem para o Aécio (Neves) ser candidato. Sabe-se lá o que o (José) Serra vai tramar contra o Aécio?", argumentou Lula.

O senador Aécio Neves (MG), presidente do PSDB, é o pré-candidato tucano à sucessão de Dilma, mas dirigentes petistas acham que o ex-governador José Serra (PSDB) poderá desbancá-lo do posto. O presidente do PPS, deputado Roberto Freire (PE), ainda nutre esperanças na saída de Serra do PSDB. Freire quer dar legenda a Serra para que ele possa novamente concorrer ao Planalto.

Para Lula, a ex-senadora Marina Silva tem o direito de criar um partido, mas precisa assumir que está entrando nesse jogo. "Tem de ter coragem de dizer que é partido, não tem de inventar outro nome, dizer que não é partido, é uma rede. É partido e vai ter deputado, como todo partido", provocou o ex-presidente, numa referência à Rede Sustentabilidade, como Marina batizou a sigla que pretende criar.

Marina foi ministra do Meio Ambiente do governo Lula e deixou o cargo em maio de 2008, após desentendimentos com Dilma, que então era chefe da Casa Civil.

Rosemary - O ex-presidente foi econômico ao comentar a decisão da Controladoria-Geral da União (CGU) de afastar do serviço público, por cinco anos, a então chefe de gabinete do escritório da Presidência em São Paulo, Rosemary Noronha, acusada de tráfico de influência pela Operação Porto Seguro, da Polícia Federal (PF).

"Ela já estava demitida. O que a CGU fez foi confirmar o que todo mundo já sabia que ia acontecer", afirmou Lula. "O servidor que comete algum ilícito tem de ser exonerado. O que valeu para o escritório (da Presidência) vale para qualquer lugar no Brasil no setor público." Foi a primeira vez que ele se manifestou sobre a investigação da PF que atingiu Rosemary.

Lula disse não se arrepender das indicações que fez para o Supremo Tribunal Federal (STF). Mas, questionado sobre se as faria à luz das informações que tem hoje, admitiu: "Eu teria mais critério". Saiu de sua caneta, por exemplo, a indicação do atual presidente do Supremo, Joaquim Barbosa, que, no julgamento do mensalão, condenou todos os réus do PT.

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