X

Política

Palocci quer unir PF e Ministério Público em acordo de delação

Pessoas próximas a Palocci relataram que a solicitação para que a PF sentasse à mesa foi sugestão de Marcelo Odebrecht, herdeiro e ex-presidente da Odebrecht

Folhapress

Publicado em 18/04/2017 às 12:00

Comentar:

Compartilhe:

A-

A+

Antonio Palocci quer unir PF e MPF no acordo de delação premiada que negocia com a Operação Lava Jato / Agência Brasil

O ex-ministro Antonio Palocci quer unir Polícia Federal e Ministério Público Federal no acordo de delação premiada que negocia com a Operação Lava Jato.

Há cerca de duas semanas, em sua primeira reunião com integrantes da força-tarefa no Paraná, na superintendência da PF em Curitiba, esteve presente o delegado Felipe Pace, que conduziu as investigações que levaram o petista à prisão, em setembro do ano passado.

Pessoas próximas a Palocci relataram que a solicitação para que a PF sentasse à mesa foi sugestão de Marcelo Odebrecht, herdeiro e ex-presidente da Odebrecht que assinou delação em dezembro. Palocci e Marcelo estão presos na carceragem da PF em Curitiba.

Marcelo teria dito que os procuradores não tinham foco em diversos temas ligados à empreiteira.

O grupo baiano fez o acordo com o Ministério Público Federal, sem a participação dos policiais.

Em maio de 2016, o procurador-geral da República Rodrigo Janot, entrou com uma ação no STF (Supremo Tribunal Federal) para proibir a PF de negociar delação. Desde então, os órgãos não atuaram em conjunto nessa frente.

Um delegado chegou a procurar o juiz Sergio Moro para informar que Palocci queria negociar com a polícia, mas o magistrado disse que era preciso incluir o Ministério Público.

O STJ (Superior Tribunal Federal) marcou para esta terça-feira (18), o julgamento do pedido de liberdade de Palocci.

A reportagem apurou que o petista tem dito que sabe que tem pouca chance de êxito –ainda mais com a publicidade das delações da Odebrecht que o colocam como principal interlocutor de Lula.

No início do mês, o ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF, negou um habeas corpus impetrado pela defesa.

Outro ponto que também pesou na decisão do ex-ministro para tentar um acordo é a negociação de seu ex-assessor, Branislav Kontic, com os procuradores.
Kontic foi preso no ano passado com Palocci, mas deixou a prisão após dois meses por decisão do Tribunal Federal da 4ª Região.

Pessoas ligadas a Palocci dizem que entre os temas que ele pretende tratar estariam corrupção de empresas do sistema financeiro, como bancos, e fatos ligados ao ex-presidente Lula, de quem ele defendeu interesses econômicos.

Até o momento, o petista é réu por corrupção passiva e lavagem de dinheiro em um processo conduzido pelo juiz Moro.

Há, no entanto, outras ações que miram o petista. Uma delas investiga sua atuação na compra de um terreno que abrigaria o Instituto Lula.

A primeira opção do ex-ministro da Fazenda para conduzir sua delação era o advogado paranaense Marlus Arns, que fechou o acordo do ex-vice-presidente da Camargo Corrêa Eduardo Leite.

O criminalista, porém, declinou do caso por questões financeiras. Arns argumentou que já atende o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) com bens bloqueados, e que não poderia ter outro cliente sem condições de pagar.

O advogado Roberto Batochio, que além de Palocci defende o ex-ministro Guido Mantega e o ex-presidente Lula, disse que deixará o caso se o cliente tomar a decisão de firmar acordo de delação premiada. "Ele não falou nada para mim nesse sentido", afirmou.

Apoie o Diário do Litoral
A sua ajuda é fundamental para nós do Diário do Litoral. Por meio do seu apoio conseguiremos elaborar mais reportagens investigativas e produzir matérias especiais mais aprofundadas.

O jornalismo independente e investigativo é o alicerce de uma sociedade mais justa. Nós do Diário do Litoral temos esse compromisso com você, leitor, mantendo nossas notícias e plataformas acessíveis a todos de forma gratuita. Acreditamos que todo cidadão tem o direito a informações verdadeiras para se manter atualizado no mundo em que vivemos.

Para o Diário do Litoral continuar esse trabalho vital, contamos com a generosidade daqueles que têm a capacidade de contribuir. Se você puder, ajude-nos com uma doação mensal ou única, a partir de apenas R$ 5. Leva menos de um minuto para você mostrar o seu apoio.

Obrigado por fazer parte do nosso compromisso com o jornalismo verdadeiro.

VEJA TAMBÉM

ÚLTIMAS

Polícia

Trio ligado ao tráfico é preso em Peruíbe

A ocorrência foi conduzida por policiais da Delegacia de Polícia Sede do município

Santos

Atenção motoristas! Santos terá novo semáforo no Gonzaga à partir desta sexta (26)

De acordo com a CET-Santos, a medida visa colocar mais segurança para as pessoas que circulam pelo local

©2024 Diário do Litoral. Todos os Direitos Reservados.

Software

Newsletter