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Política

'País está cansado de imunidade', diz Alckmin

A afirmação foi dada um dia depois de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter dito que a demissão dos 42 metroviários poderia ser revista

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 11/06/2014 às 21:08

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O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou nesta quarta-feira, 11, que o País "está cansado de impunidade, hipocrisia e solidariedade seletiva". A afirmação foi dada um dia depois de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter dito que a demissão dos 42 metroviários poderia ser revista, se houvesse maturidade do governo e dos trabalhadores.

"A dispensa pode ser revista se houver maturidade tanto dos trabalhadores quanto do governador para conversar. Muitas vezes, as decisões tomadas de forma intempestiva em um momento mais grave, em um momento de exaltação, podem ser resolvidas daqui alguns dias. Pela minha experiência, penso que não há interesse nenhum do governador de deixar 42 trabalhadores fora", disse Lula, anteontem, depois de participar do Fórum Empresarial América Latina e Caribe organizado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e pela Prefeitura de São Paulo.

O ex-presidente da República ainda lembrou sua experiência de sindicalista e disse que é possível reverter decisões tomadas durante uma paralisação. No entanto, o governo Alckmin tem reiterado nos últimos dias que isso não vai ocorrer e ressalta que as demissões não se referem a ações grevistas.

O argumento usado pelo governo é de que os 42 dispensados cometeram "abusos" durante os protestos. "Nenhum grevista foi demitido. As demissões ocorridas foram em razão de outros fatos graves, como invasão de estação, depredação, vandalismo", disse o governador anteontem, ainda antes das declarações de Lula.

Geraldo Alckmin afirmou que o País 'está cansado de impunidade' (Foto: Edson Lopes Jr.)

A possibilidade de mais demissões é apontada ainda pelos metroviários como uma forma de pressionar a categoria. Uma lista com até 300 possíveis dispensados já teria sido apresentada a líderes sindicais, como o Estado revelou ontem.

Na abertura do novo centro de operações da PM nesta quarta-feira, Alckmin preferiu evitar confrontos com o sindicato, que à noite definiu em assembleia suspender definitivamente a paralisação. "Nós não pretendemos demitir ninguém", ressaltou Alckmin, que também afirmou que a greve já é uma "questão resolvida". "Não vou fazer especulação", disse em relação à retomada do movimento grevista.

Diferentemente das acusações de grevistas e movimentos sociais de que os supervisores que conduziram os trens não têm treinamento e teriam ocorrido casos até de transporte de portas abertas durante a paralisação, Alckmin também afirmou que a operação de emergência durante os cinco dias de paralisação foi muito bem-sucedida. "Tanto que não teve nenhum problema. Nós transportamos 2 milhões de pessoas. E não vejo razão para ficar especulando sobre um assunto que já está resolvido."

Protestos nas ruas.

Em relação a novos protestos na rua, o governador paulista se limitou a repetir que o governo está preparado para a Copa. Também admitiu que existe um plano de contingência do metrô, mas não deu detalhes.

O secretário de segurança pública de São Paulo, Fernando Grella, disse que a população deve ficar tranquila. "A PM tem um planejamento muito bem definido. Só ontem (terça-feira) foram três reuniões, hoje teremos outras. Tudo sendo planejado para garantir a mobilidade", assegurou. Grella ainda confirmou que o papel do Exército na segurança será apenas de presença física, mas caberá à Polícia Militar a atuação operacional.

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