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Política

No rádio, Bolsonaro associa PT a Venezuela e Haddad critica violência

O programa de Bolsonaro começa em 1990, citando a queda do comunismo e narrando a criação do Foro de São Paulo, chamado de "semente de projeto de doutrinação", com a participação de Lula.

Folhapress

Publicado em 12/10/2018 às 16:56

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Haddad participa de missa na Paróquia Santos Mártires, no Jardim Ângela, em São Paulo. / Facebook/Fernando Haddad

Os presidenciáveis Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) não pouparam ataques no primeiro programa da campanha eleitoral do segundo turno no rádio nesta sexta-feira (12). Enquanto a estratégia de Bolsonaro foi associar o PT à Venezuela, a campanha do petista trouxe relatos sobre a violência praticada pelos seguidores de seu opositor e não cita Lula.

O programa de Bolsonaro começa em 1990, citando a queda do comunismo e narrando a criação do Foro de São Paulo, chamado de "semente de projeto de doutrinação", com a participação de Lula, que discursa defendendo que integrantes do grupo cheguem ao poder. Na sequência, o locutor cita Cuba, classificando o país como "o mais atrasado do mundo", e a "Venezuela arrasada", associando o país ao Brasil, que se tornou "um balcão de negócios".

"Vermelho nunca foi a cor do Brasil", destaca a campanha, que passa então a atacar o oponente na disputa, dizendo que o país não pode ser comandado da cadeia, em referência ao ex-presidente Lula, preso em Curitiba desde abril.

Na sequência, são ouvidos eleitores de Bolsonaro que se dizem indignados com o fato de o petista ainda interferir no processo eleitoral apesar de preso. Uma mulher que se declara negra e brasileira confirma o voto no candidato.

Deus é citado num agradecimento aos votos obtidos no primeiro turno e pela vida do candidato, esfaqueado no início de setembro durante um ato de campanha em Minas Gerais.

Da biografia de Bolsonaro, o destaque foi dado a filha caçula, Laura, numa tentativa de aproximação do eleitorado feminino. É nesse momento que surge a fala do capitão reformado, dizendo como a vida mudou após a chegada da única filha mulher, que aparece dizendo "eu te amo". Em 2017, o deputado fez piada com o nascimento da menina, dizendo que havia fraquejado e veio uma mulher.

Já a campanha de Haddad começa com um alerta: a democracia está em risco. O locutor afirma que seguidores de Bolsonaro transformaram o segundo turno, momento para discutir propostas para o país, em uma onda de violência e destaca a fala do oponente durante a campanha eleitoral.

"Vamos fuzilar a petralhada toda", diz Bolsonaro. O trecho é repetido várias vezes na campanha do petista, enquanto se fala sobre ódio, raiva e casos de violência. A morte do capoeirista Moa do Katendê, 53, atingido por 12 facadas de um apoiador de Bolsonaro após uma discussão sobre política num bar na Bahia, o desenho de uma suástica, símbolo do nazismo, feito no corpo de uma jovem e os ataques contra a memória da vereadora do PSOL Marielle Franco foram citados.

Vozes de eleitores também aparecem no programa, destacando que Bolsonaro fere abertamente os direitos humanos.

"O que é bacana, o povo de arma na mão, como defende o Bolsonaro, ou com um livro na mão, como quer o Haddad?", diz o locutor. Haddad aparece afirmando que sua arma não é o grito, mas garantir a carteira assinada para o trabalhador. 

Assim como Bolsonaro, o petista também cita Deus, agradecendo pelos votos no primeiro turno e pelos filhos que teve num casamento de 30 anos, tempo destacado na peça.

Diferentemente do primeiro turno, em que o jingle petista dizia que Haddad é Lula e ele aparecia destacando as qualidades do candidato, o ex-presidente não citado. A campanha adota ainda a estratégia de se descolar do PT, em busca do apoio dos críticos a sigla. Essa campanha não é de um partido, mas de todos que querem fazer desse um Brasil melhor", diz. 

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