Haddad tenta compor uma frente democrática em torno de sua candidatura contra Jair Bolsonaro (PSL) / Agência Brasil
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"O convite permanece para que os democratas se somem. Nem todos vão atuar da maneira como eu gostaria ou como eu sugeriria, inclusive para uma pessoa com a formação que ele tem".
Fernando Haddad (PT) desabafava sobre o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), sua principal aposta para compor uma frente democrática em torno de sua candidatura contra Jair Bolsonaro (PSL).
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Após enterrar de vez o projeto de ter Ciro Gomes na aliança -o PDT declarou apenas "apoio crítico" ao petista e o irmão de Ciro, Cid, fez declarações agressivas ao PT- Haddad acelerou a aproximação com o tucano mas, nesta quarta (17), recebeu a negativa que chancelou seu isolamento.
FHC afirmou, durante evento em São Paulo, que a "porta" que dizia haver entre ele e Haddad está "enferrujada" e com a fechadura "enguiçada".
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Na semana passada, o tucano afirmou em entrevista ao Estado de S. Paulo que havia "uma porta" para o diálogo com o petista, que se apressou em responder publicamente e a entrar em contato com o superintendente do Instituto FHC, Sérgio Fausto.
Ao comentar a declaração de FHC, Haddad disse que "só soube hoje" que a porta estava enferrujada. E que havia escutado com "alguma esperança" quando o ex-presidente falou em "porta" para ele e "muro" para Bolsonaro.
"A vida é assim", completou Haddad.
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O petista disse ainda que a história vai cobrar pela postura do tucano. "A história às vezes cobra os nossos posicionamentos, nem sempre à vista, às vezes a prazo".
Como mostrou a Folha de S.Paulo, a campanha do PT havia colocado a frente em xeque após as declarações de Cid Gomes, que disse no início da semana que o partido de Lula merecia perder a eleição pois não fazia autocrítica. Haddad, porém, ainda nutria esperança em relação a FHC -e esperava um retorno do tucano.
Nesta quarta, em coletiva à imprensa, o candidato do PT afirmou que, entre os tucanos, há personalidades que têm Mário Covas como referência, um líder que, segundo ele, "não deixava de se posicionar", e é com eles que ele pode contar agora.
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Como exemplo, Haddad citou o ex-ministro da Justiça de FHC José Carlos Dias, que assinou um manifesto de juristas a favor de sua candidatura.
O PT fracassou ao tentar concluir a frente que, na ideia inicial da siga, seria ampliada de partidos de centro-esquerda para nomes como FHC, Ciro, Marina Silva (Rede), Henrique Meirelles (MDB) e o ex-ministro do STF Joaquim Barbosa, mas nenhum deles apoiou explicitamente Haddad.