X

Política

Mourão minimiza impacto da crise na Ucrânia em viagem de Bolsonaro à Rússia

Questionado se a viagem de Bolsonaro seria vista como um endosso às pretensões russas, Mourão disse que o Brasil está afastado do conflito. Para o vice, o país não pode abrir mão de interesses comerciais

folhapress

Publicado em 31/01/2022 às 13:36

Comentar:

Compartilhe:

A-

A+

Mourão minimiza impacto da crise na Ucrânia em viagem de Bolsonaro à Rússia / Fabio Rodrigues Pozzebon/Agência Brasil

O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) minimizou o impacto da crise na Ucrânia na visita prevista do presidente Jair Bolsonaro (PL) a Moscou e disse acreditar que a Rússia está fazendo "pressão" e "exercendo o direito de espernear" contra o avanço da Otan, a aliança militar ocidental, no leste europeu.

"Não acho que [a crise] vá piorar daqui para lá [até a viagem de Bolsonaro, em meados de fevereiro]. Não acho que a Rússia vá tomar uma atitude de invadir, a Rússia está fazendo uma pressão. Uma das formas de buscar intervir em algum assunto é fazer uma manobra militar. É o que ela está fazendo", disse Mourão, na manhã desta segunda-feira (31), ao chegar a seu gabinete, no complexo do Palácio do Planalto.

Questionado se a viagem de Bolsonaro seria vista como um endosso às pretensões russas, Mourão disse que o Brasil está afastado do conflito. Para o vice, o país não pode abrir mão de interesses comerciais.

"Depende da interpretação que cada um vai querer colocar. Estamos afastados desse conflito; há algumas pressões de outros países que estão mais envolvidos. Mas vamos lembrar: o Brasil faz parte de um grupo com a Rússia que é o Brics [também formado por Índia, China e África do Sul], além de ter uma parceria. É um país importante para que a gente tenha negócios, não podemos abrir mão disso aí."

Faça parte do grupo do Diário no WhatsApp e Telegram.
Mantenha-se bem informado.
 

Na mesma ocasião, o vice avaliou que as tensões na região ocorrem desde 2014, quando o líder russo, Vladimir Putin, anexou a Crimeia. "A realidade é algo que já vem há algum tempo, desde 2014. A Rússia considera aquela região do leste europeu uma zona de influência dela. No momento que há um avanço da Otan naquela região, ela faz o seu direito de espernear", afirmou.

"Em política externa você tem duas visões, a idealista e a realista. Sempre sou a favor da realista --atuar dentro daquilo que são os nossos princípios: de não intervenção, de assegurar a soberania das pessoas no seu território, a solução pacífica dos conflitos. O Brasil vai trabalhar sempre nesse sentido."

O governo Bolsonaro tenta se equilibrar entre Rússia e Estados Unidos na atual crise. Em contatos com autoridades americanas, o Itamaraty tem destacado que o país se pauta por princípios como a solução pacífica das controvérsias, além da oposição ao uso da força e ao emprego de sanções unilaterais.

No atual panorama na Ucrânia, o Itamaraty mantém a defesa de uma resolução de 2015 do Conselho de Segurança da ONU. O texto, apresentado na ocasião pela delegação russa, destaca que a crise só poderá ser resolvida por meios pacíficos e faz menção à integridade territorial da Ucrânia -no entendimento russo, a referência excluiria a região da Crimeia.

Numa recente manifestação sobre o tema, o ministério das Relações Exteriores enfatizou que o "Brasil mantém sua postura de apoio a uma solução mutuamente satisfatória nos termos da resolução 2202". "[Ela] prevê que uma solução para a crise somente pode ser alcançada por meios pacíficos e depende da implementação de diversas medidas de desescalada previstas nos Acordos de Minsk."

A viagem de Bolsonaro à Rússia está prevista desde o final do ano passado, mas deve ocorrer em meio à escalada das tensões entre Moscou e a Otan -com os Estados Unidos à frente.

A situação no Leste Europeu piorou depois de a Rússia mover um contingente de 100 mil a 175 mil soldados para regiões próximas às fronteiras ucranianas. O país nega a intenção de invadir o vizinho, mas são frequentes os alertas internacionais de que essa possibilidade é real. Os EUA e o Reino Unido têm indicado que pretendem adotar sanções econômicas contra Moscou caso haja ação militar na Ucrânia.

O Kremlin, por sua vez, rejeita a expansão da aliança militar da Otan sobre territórios próximos à fronteira russa e quer a garantia de que a Ucrânia jamais fará parte do clube ocidental.

Apoie o Diário do Litoral
A sua ajuda é fundamental para nós do Diário do Litoral. Por meio do seu apoio conseguiremos elaborar mais reportagens investigativas e produzir matérias especiais mais aprofundadas.

O jornalismo independente e investigativo é o alicerce de uma sociedade mais justa. Nós do Diário do Litoral temos esse compromisso com você, leitor, mantendo nossas notícias e plataformas acessíveis a todos de forma gratuita. Acreditamos que todo cidadão tem o direito a informações verdadeiras para se manter atualizado no mundo em que vivemos.

Para o Diário do Litoral continuar esse trabalho vital, contamos com a generosidade daqueles que têm a capacidade de contribuir. Se você puder, ajude-nos com uma doação mensal ou única, a partir de apenas R$ 5. Leva menos de um minuto para você mostrar o seu apoio.

Obrigado por fazer parte do nosso compromisso com o jornalismo verdadeiro.

VEJA TAMBÉM

ÚLTIMAS

Praia Grande

1.000 embalagens de plástico foram trocadas por itens sustentáveis, em PG

Ação aconteceu durante a '1ª Feira Verde de Praia Grande', no último domingo (21)

Turismo

Outono é temporada ideal para mergulhar no Litoral Norte de São Paulo

Saiba porque a estação é boa para a prática de mergulho e quais são os melhores pontos da Região

©2024 Diário do Litoral. Todos os Direitos Reservados.

Software

Newsletter