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Política

Ministério Público investiga comerciais protagonizados por Skaf

A apuração teve início no final do ano passado após dois eleitores protocolarem na ouvidoria do TRE-SP denúncias de que Skaf usava a publicidade dessas entidades para se tornar conhecido antes da campanha oficial

Folhapress

Publicado em 14/08/2018 às 14:19

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Ministério Público investiga comerciais protagonizados por Skaf / Antonio Cruz/Agência Brasil

A Procuradoria Regional Eleitoral em São Paulo está analisando peças publicitárias contratadas pela Fiesp, Sesi-SP e Senai-SP para verificar se o presidente licenciado dessas entidades, Paulo Skaf, usou as propagandas para se promover e fazer campanha eleitoral antecipada. Skaf é candidato ao governo de São Paulo pelo MDB.

Entre os dias 30 de abril e 17 de maio as emissoras TV Globo, Record, SBT, Bandeirantes e Rede TV enviaram ao Ministério Público um conjunto de vídeos, planilhas e notas fiscais detalhando todas as inserções de anúncios das três entidades no período de janeiro até abril deste ano. 

A apuração teve início no final do ano passado após dois eleitores protocolarem na ouvidoria do TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo) denúncias de que Skaf usava a publicidade dessas entidades para se tornar conhecido antes da campanha oficial.

Em 17 de novembro o procedimento preparatório eleitoral, nome técnico dado à investigação, foi oficialmente instaurado com a justificativa de "apurar as inserções veiculadas em rede de televisão nacional patrocinadas pelo sistema Sesi/Senai com a extensiva participação de Paulo Skaf, notório pré-candidato ao governo do estado de São Paulo".

No ano seguinte o Ministério Público incorporou ao escopo da investigação informações sobre a delação premiada do publicitário Renato Pereira, ex-dono da agência Prole, que tinha a conta da Fiesp, do Sesi e do Senai. Pereira disse em seus depoimentos que Skaf direcionou a licitação das entidades para que sua agência fosse a vencedora da disputa. A contrapartida ao favorecimento era que o publicitário fizesse a promoção pessoal de Skaf nos anúncios das entidades.

Pereira também falou que o dinheiro dessas instituições foi usado para pagar pesquisas com viés eleitoral. Foram pesquisados possíveis adversários de Skaf na disputa pelo governo, como José Serra (PSDB), Marta Suplicy (MDB), Marcio França (PSB) e também o governador Geraldo Alckmin. Objetivo era detectar pontos fortes e fraquezas dos adversários.

Entre os vídeos que a Procuradoria analisa estão peças publicitárias veiculadas em programas líderes de audiência e cujos intervalos estão entre os mais caros da publicidade brasileira. Do dia 12 ao dia 23 de abril deste ano foram 29 inserções de propagandas do Sesi e da Escola Senai em atrações da TV Globo, várias delas durante o "Fantástico" e o "Domingão do Faustão". O custo total dessas 29 inserções foi R$ 2.298.069,25. 

Na Rede TV, além da propaganda convencional, o Sesi contratou espaço de merchandising, que é o anúncio feito pelo próprio apresentador durante o programa. Na Record e na TV Bandeirantes o Sesi-SP, Senai-Sp e Fiesp compraram espaços para anúncios em nível nacional e outros apenas em cidades do interior de SP. 

OUTRO LADO

A assessoria da campanha de Paulo Skaf nega as acusações. "Enquanto esteve à frente das instituições, Paulo Skaf deu todas a colaboração a esta investigação. Ele está absolutamente tranquilo e seguro de que todas as regras que regem a comunicação do Sesi e Senai foram seguidas à risca e confia que ao final isso será demonstrado, e a investigação arquivada, como já ocorreu em caso semelhante em 2014."

Fiesp, Sesi-SP e Senai-SP disseram, em nota, que toda a publicidade dessas entidades tem natureza institucional. "Seu objetivo é divulgar programas e projetos das entidades. Além disso, se presta a informar à indústria, que custeia as entidades, sobre a boa gestão e os bons resultados alcançados. Não existe qualquer conotação partidária associada a essa atividade." 

A Procuradoria Regional Eleitoral em São Paulo afirma que "há um procedimento preparatório para apurar eventual uso do Sistema S (Fiesp, Sesi e Senai) para promoção de imagem do pré-candidato está em trâmite nesta Procuradoria. No entanto, a PRE-SP não comenta nem detalha casos que ainda estejam sob investigação".

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