Pedro Corrêa afirmou que o ex-presidente Lula articulou a corrupção na Petrobras / Instituto Lula
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O ex-deputado do PP Pedro Corrêa, preso em Curitiba (PR) pela Operação Lava Jato, afirmou, em documentos que integram seu acordo de delação premiada, que o ex-presidente Lula articulava pessoalmente o esquema de corrupção da Petrobras.
Segundo a revista "Veja", Corrêa relatou que parlamentares do PP se rebelaram com o que chamou de avanço do PMDB nos contratos da diretoria de abastecimento da estatal quando a área era dirigida por Paulo Roberto Costa.
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Um grupo foi ao Palácio do Planalto na época que Lula era presidente para reclamar. Segundo a "Veja", Corrêa relatou na delação que o petista passou uma descompostura nos deputados dizendo que eles "estavam com as burras cheias de dinheiro" e que a diretoria era "muito grande " e tinha que "atender aos outros aliados".
A revista diz que, conforme o relato de Corrêa, Lula ordenou que os partidos se entendessem. O ex-deputado, então, representando o PP, teria se reunido com a cúpula do PMDB.
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Segundo a publicação, ele contou ter procurado o senador Renan Calheiros (AL) "para acertar a partilha", além de peemedebistas como o deputado Eduardo Cunha (RJ) e o senador Romero Jucá (RR).
Na delação, Corrêa também citou vários deputados, senadores, ministros, ex-ministros e ex-governadores envolvidos em corrupção e confessou que recebeu dinheiro desviado de mais de 20 órgãos ligados ao governo.
"Veja" traz outro relato do ex-deputado sobre uma reunião com os ex-diretores da Petrobras Nestor Cerveró e Costa, com o lobista Jorge Luz, os senadores Calheiros, Jucá, Jader Barbalho (PMDB-PA) e o atual ministro do Turismo Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN).
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No encontro, em 2006, os peemedebistas apresentaram uma conta de US$ 18 milhões em propina para apoiar a continuidade de Costa e Cerveró na estatal. Teriam sido pagos US$ 6 milhões antes da eleição daquele ano.
A revista relata novamente a atuação de Lula, quando foi presidente, para nomear Costa, indicado do PP.
Em março, a Folha de S.Paulo revelou que na negociação de seu acordo de delação premiada o ex-deputado citou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o ministro do TCU Augusto Nardes, Andrea Neves, irmã do senador Aécio Neves (PSDB-MG). A delação aguarda homologação do ministro do STF Teori Zavascki.
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