X

Política

Juiz dá 24 horas para Pedro Henry explicar sobre segundo emprego

Mesmo com a condenação no mensalão, o ex-deputado não perdeu o cargo público e, segundo a Secretaria, por isso ele pôde retomar o emprego no IML

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 31/01/2014 às 19:43

Comentar:

Compartilhe:

A-

A+

Após ter seu pedido para ter um segundo emprego negado pela Justiça, o ex-deputado Pedro Henry (PP-MT) foi intimado a explicar as denúncias de que estaria exercendo uma segunda profissão enquanto cumpre sua pena no regime semiaberto em Cuiabá (MT).

A decisão do juiz da Segunda Vara Criminal de Cuiabá, Geraldo Fidelis Neto, foi divulgada na quinta-feira, 30. Ele deu prazo de 24 horas para que Henry e seus empregadores expliquem sobre seus horários e atividades exercidas no trabalho. Caso seja identificada alguma irregularidade o juiz pode desautorizar o trabalho externo de Henry

"O penitente não é senhor de seu tempo, pois deve informar onde será encontrado e os respectivos horários ao Juízo da Execução Penal", destaca o magistrado na decisão. O magistrado também determinou prazo de 10 dias, a partir do recebimento da intimação, para que o condenado pague a multa de R$ 1,3 milhão.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Mato Grosso (Seds), desde o começo da semana Pedro Henry voltou a atuar como médico legista do Instituto Médico Legal (IML) de Cuiabá. Ele é funcionário concursado do Estado desde 1987 e atuava como legista antes de se eleger deputado, em 1996.

A Secretaria não soube informar o valor do salário de Henry, pois seu pagamento ainda está sendo atualizado pelo órgão, já que ele ficou muito tempo afastado. Atualmente, o salário inicial de um médico legista no IML do Estado é de cerca de R$ 7 mil para uma carga horária de 40 horas semanais.

Pedro Henry foi intimado a explicar as denúncias de que estaria exercendo uma segunda profissão (Foto: Divulgação)

Em janeiro, após começar a trabalhar como coordenador administrativo do hospital particular Santa Rosa, a defesa do ex-parlamentar entrou com outro pedido de trabalho. Dessa vez, Henry pedia para trabalhar aos finais de semana no IML, cursar faculdade de fisioterapia e concluir sua pós-graduação em medicina hiperbárica. O pedido foi negado pela Justiça.

Cargo público

Mesmo com a condenação no mensalão, o ex-deputado não perdeu o cargo público e, segundo a Secretaria, por isso ele pôde retomar o emprego no IML. Cabe somente à Procuradoria-Geral da República solicitar a perda do cargo de Henry, o que não foi feito durante o julgamento do mensalão.

Dessa forma, além do cargo de coordenador administrativo do hospital particular Santa Rosa, ele estaria saindo à tarde para atuar como médico legista, das 13h às 19h.

Na autorização que obteve para trabalhar, a Justiça determinou que ele trabalharia das 7h às 17h no hospital Santa Rosa e deveria se reapresentar às 19h.

A defesa de Henry não foi encontrada pela reportagem para se manifestar sobre a decisão do magistrado.

Apoie o Diário do Litoral
A sua ajuda é fundamental para nós do Diário do Litoral. Por meio do seu apoio conseguiremos elaborar mais reportagens investigativas e produzir matérias especiais mais aprofundadas.

O jornalismo independente e investigativo é o alicerce de uma sociedade mais justa. Nós do Diário do Litoral temos esse compromisso com você, leitor, mantendo nossas notícias e plataformas acessíveis a todos de forma gratuita. Acreditamos que todo cidadão tem o direito a informações verdadeiras para se manter atualizado no mundo em que vivemos.

Para o Diário do Litoral continuar esse trabalho vital, contamos com a generosidade daqueles que têm a capacidade de contribuir. Se você puder, ajude-nos com uma doação mensal ou única, a partir de apenas R$ 5. Leva menos de um minuto para você mostrar o seu apoio.

Obrigado por fazer parte do nosso compromisso com o jornalismo verdadeiro.

VEJA TAMBÉM

ÚLTIMAS

Cotidiano

'Lua Cheia Rosa' acontece nesta terça (23)

Evento pode ser visto em todo o Brasil, a partir das 17h30

Guarujá

TRF-3 determina arquivamento de inquérito e devolução de bens de Suman

Também foi determinada a revogação das medidas cautelares ainda em vigor de todos os investigados

©2024 Diário do Litoral. Todos os Direitos Reservados.

Software

Newsletter