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Política

Haddad usa frase irônica de Alckmin para responder a ataques de Doria

O prefeito atribuiu à herança financeira da gestão petista o motivo da queda de sua avaliação positiva na mais recente pesquisa Datafolha

Folhapress

Publicado em 08/10/2017 às 18:01

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Fernando Haddad usou uma frase irônica de Geraldo Alckmin para responder aos ataques de João Doria / Divulgação/Fotos Públicas

O ex-prefeito Fernando Haddad (PT) usou uma frase do governador Geraldo Alckmin (PSDB) para responder a ataque do prefeito João Doria (PSDB). Neste domingo (8), o prefeito atribuiu à herança financeira da gestão petista o motivo da queda de sua avaliação positiva na mais recente pesquisa Datafolha.

"Eu aprendi com o pai de um conhecido meu, que no dia de hoje deve estar muito feliz, que, quando não puder falar bem, é melhor não dizer nada", disse Haddad. O ex-prefeito faz menção direta a uma declaração de Alckmin à Rádio Bandeirantes, no mês passado.

Na ocasião, questionado se havia incômodo por ter sido padrinho da carreira política de Doria, em 2016, já que ambos travam agora uma disputa interna no PSDB para a escolha do candidato do partido para as eleições presidenciais do ano que vem. "Uma vez o meu pai me falou: 'Lembre-se sempre de Santo Antônio de Pádua. Quando não puder falar bem, não fale nada'."

Publicada neste domingo (8), pesquisa Datafolha mostra uma piora relevante na avaliação de Doria à frente da prefeitura. O tucano despencou quase dez pontos percentuais na aprovação de sua administração. O prefeito tem 32% de aprovação, 26% de rejeição e 40% de avaliação regular entre os paulistanos. Há quatro meses, Doria pontuava 41% de ótimo/bom, 22% de ruim/péssimo e 34% de regular.

Com margem de erro de três pontos para mais ou menos, entre os 1.092 entrevistados de 4 a 5 de outubro, a curva é francamente desfavorável ao prefeito: fora do empate técnico em todas as simulações. Pela primeira vez, a avaliação regular supera a positiva desde que sua gestão começou, em janeiro.

Na manhã deste domingo, ele culpou diretamente a gestão do antecessor. "Estamos com nove meses de gestão à frente da Prefeitura de São Paulo, sem recursos. Temos R$ 7,5 bilhões de deficit no orçamento da prefeitura [em relação à receita prevista pela gestão anterior]. Que foi herança do PT, que nos deixou esse rombo", disse Doria.

Como mostrou a "Agência Lupa", relatório do Tribunal de Contas do Município sobre as contas de 2016, a última de Haddad, diz que o caixa bruto da prefeitura no fim do ano passado era de R$ 5,34 bilhões. Porém, depois de descontadas as despesas que deveriam ser quitadas no curto prazo, o saldo restante seria de R$ 3,15 bilhões. Mas o tribunal ressaltou que, desse montante, apenas R$ 305,7 milhões seriam recursos livres, ou seja, aqueles que poderiam ser usados para pagamento de qualquer despesa. Em comparação, Gilberto Kassab deixou a Prefeitura de São Paulo em 2012 com mais verba livre: R$ 494,9 milhões.

No fim do mandato, em 2016, a gestão Haddad reduziu gastos em várias áreas. Foi um esforço para evitar um rombo nas contas que, no entanto, afetou serviços. Até a produção de asfalto para recapeamento das vias foi paralisada.

Outro ponto de redução do caixa da prefeitura foi a decisão de Doria de congelar a tarifa de ônibus neste ano em R$ 3,80. O custo dessa escolha, estima a prefeitura, será de R$ 400 milhões até dezembro. O valor está dentro do subsídio pago às empresas de ônibus (diferença entre o que os passageiros pagam e os custos do serviço), que deve atingir R$ 3 bilhões em 2017.

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