X

Política

Graça Foster sugeriu que obra foi acelerada para eleição

Em 2010, a presidente Dilma Rousseff foi candidata à Presidência e, naquela eleição, menos de 30% da obra estava pronta e a refinaria não foi concluída

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 10/05/2015 às 12:04

Comentar:

Compartilhe:

A-

A+

Em reunião do Conselho de Administração da Petrobras realizada em 14 de novembro de 2014, a então presidente da estatal, Graça Foster, afirmou que nunca houve motivos técnicos para que as obras de Abreu e Lima fossem aceleradas, “a não ser terminar a refinaria no ano de 2010”.

Em 2010, a presidente Dilma Rousseff foi candidata à Presidência e, naquela eleição, menos de 30% da obra estava pronta e a refinaria não foi concluída.

As obras de Abreu e Lima começaram em 2007, sem a conclusão dos projetos básicos, e o valor do parque industrial instalado no litoral sul de Pernambuco saltou de US$ 2,5 bilhões para US$ 18 bilhões, com uma série de aditivos contratuais. A primeira parte da refinaria, que é alvo de investigação por suspeita de desvios para pagamento de propinas, só começou a operar no fim de 2014. A previsão inicial de conclusão era 2011.

As reuniões do Conselho de Administração da Petrobras são registradas em áudio ou vídeo e, posteriormente, resumidas nas atas. Os registros eletrônicos e as atas dos encontros disponíveis - no caso dos áudios e vídeos, apenas de setembro do ano passado para cá - foram encaminhados na semana passada à CPI da Câmara que investiga corrupção na estatal. Os áudios e vídeos anteriores a setembro do ano passado foram apagados pela Petrobras após a confecção das atas, segundo a companhia.

Graça Foster sugeriu que obra foi acelerada para eleição (Foto: Agência Brasil)

O áudio da reunião do conselho obtido pelo Estadão é uma das gravações que a Petrobras entregou à CPI da Câmara que apura corrupção na estatal. Na reunião, um dos conselheiros insistiu em saber se a diretoria da Petrobras poderia ter feito o Plano de Antecipação da Refinaria (PAR), que foi autorizado em 2007, quando a petroleira era presidida por José Sergio Gabrielli. Graça Foster, sucessora de Gabrielli, foi taxativa ao afirmar que não havia razões “mercadológicas e econômicas” que justificassem a manobra, que, na prática, afrouxa os mecanismos de controle de custo e o planejamento das obras.

O Estadão não conseguiu localizar nem Gabrielli nem Graça Foster. A Petrobras informou que não comentaria “informações supostamente oriundas de vazamentos ilegais”. As gravações, assim como as atas, são consideradas sigilosas pela estatal.

Apoie o Diário do Litoral
A sua ajuda é fundamental para nós do Diário do Litoral. Por meio do seu apoio conseguiremos elaborar mais reportagens investigativas e produzir matérias especiais mais aprofundadas.

O jornalismo independente e investigativo é o alicerce de uma sociedade mais justa. Nós do Diário do Litoral temos esse compromisso com você, leitor, mantendo nossas notícias e plataformas acessíveis a todos de forma gratuita. Acreditamos que todo cidadão tem o direito a informações verdadeiras para se manter atualizado no mundo em que vivemos.

Para o Diário do Litoral continuar esse trabalho vital, contamos com a generosidade daqueles que têm a capacidade de contribuir. Se você puder, ajude-nos com uma doação mensal ou única, a partir de apenas R$ 5. Leva menos de um minuto para você mostrar o seu apoio.

Obrigado por fazer parte do nosso compromisso com o jornalismo verdadeiro.

VEJA TAMBÉM

ÚLTIMAS

São Vicente

Criminosos invadem casa e rendem casal em São Vicente; VEJA

Caso aconteceu no bairro Parque Continental

Coluna

Itanhaém prevê expansão econômica e outros assuntos

Congelamento da tarifa dos ônibus chegou ao público um pouco antes da hora

©2024 Diário do Litoral. Todos os Direitos Reservados.

Software

Newsletter