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Política

Favorito, Rodrigo Maia enfrentará reformas e crise na Câmara

Maia chega com força para vencer na quinta (2) os outros dois candidatos na disputa, Jovair Arantes (PTB-GO) e André Figueiredo (PDT-CE)

Folhapress

Publicado em 28/01/2017 às 19:00

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Maia chega com força para vencer na quinta (2) os outros dois candidatos na disputa, Jovair Arantes (PTB-GO) e André Figueiredo (PDT-CE) / Agência Brasil

Caso confirme o favoritismo à reeleição para presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) terá pela frente o desafio de aprovar reformas do governo Temer, sobretudo a da Previdência, e administrar eventual crise com novas delações da Lava Jato envolvendo deputados.

Maia chega com força para vencer na quinta (2) os outros dois candidatos na disputa, Jovair Arantes (PTB-GO) e André Figueiredo (PDT-CE).

Foi se equilibrando no atendimento de demandas do Planalto e de parlamentares -inclusive os de oposição- que Maia se cacifou.

Acelerou projetos de interesse do governo, entre eles a PEC do teto de gastos, e costurou acordos para textos de interesse dos próprios deputados, como o que desconfigurou as medidas anticorrupção -neste caso, tentando articular, inclusive, uma anistia ao crime de caixa dois.

Sua candidatura não sofreu abalos nem com a citação de seu nome na delação da Odebrecht, em que é apelidado de "Botafogo" e acusado de ter recebido R$ 600 mil, tampouco com as dúvidas jurídicas sobre a legalidade de sua reeleição.

A semana da eleição começa sob a incógnita sobre se a presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministra Cármen Lúcia, pautará as ações que questionam sua candidatura.

A Constituição veda a reeleição do presidente em uma mesma legislatura, mas Maia alega que a regra não se aplica a quem se elegeu para um mandato temporário, como o caso dele, que assumiu em julho após a renúncia de Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

O Supremo deve protagonizar outros abalos na Câmara se abrir os sigilos da delação de 77 ex-executivos da Odebrecht. Vários deputados, incluindo Maia, serão mencionados, o que pode jogar em seu colo uma crise sem precedentes.

APOIOS

O favoritismo de Maia também é atribuído ao Planalto. No comando da Câmara, ganhou a simpatia e a confiança do presidente Michel Temer. Pôde negociar a liderança do governo com o PP e livrou-se de ter de selar um acordo com o PSDB pela presidência da Casa após Temer oferecer a Secretaria de Governo ao líder tucano Antonio Imbassahy (BA), um movimento que deve ser ratificado após a eleição.

Seu adversário, Jovair Arantes, porém, provoca: "A única derrota que o governo sofreu até agora na Câmara foi exatamente uma má condução do presidente com relação a um projeto importante do governo [a renegociação da dívida dos Estados]".

Evitando manifestações, Maia limita-se a relembrar o que já havia dito em discurso. "Dizem que não sou simpático, que não sorrio, mas ninguém diz que não cumpro acordos", afirmou.

A simpatia realmente nunca foi o forte de Maia nos bastidores, mas, na presidência, até os mais críticos dizem que ele teve o mérito de pacificar uma Casa com feridas políticas após a queda de Eduardo Cunha, que renunciou e foi cassado pelos pares, e hoje está preso pela Lava Jato,.

"Ele teve o mérito também de construir uma agenda da Câmara coincidente com a do governo", diz Pauderney Avelino (AM), líder do DEM.

"Perante Eduardo Cunha, foi uma substancial melhora. Ele respeita mais a oposição, ouve mais", afirma o líder do PT, Carlos Zarattini (SP).

O petista, porém, faz uma ressalva: "Mas ele é o líder do governo na prática. Não é um presidente que tem a independência da Casa como seu pressuposto primeiro".

Maia tenta repetir a fórmula que o elegeu no ano passado de atrair oposicionistas como PT e PC do B. Os petistas querem, em troca de acordo, comandar a primeira secretaria, uma espécie de prefeitura da Câmara, já prometida ao PR.

Para aumentar o poder de barganha, o PT, segunda maior bancada, com 57 deputados, até cogita apresentar uma candidatura própria em cima da hora.

Maia rachou o "centrão", grupo de partidos governistas que havia sido criado em torno de Eduardo Cunha.
Atraiu partidos como PP, PR e PSD, este último o partido de Rogério Rosso (DF), que suspendeu sua candidatura alegando esperar uma resposta do STF às ações contra a candidatura de Maia.

"Dificilmente um candidato à reeleição de cargo público no Brasil perde. Os motivos são óbvios", diz Rosso.

O principal rival de Maia na disputa é Jovair. Ele tem considerável apoio de deputados do "centrão" e trabalha para levar a disputa ao segundo turno na aposta de que, assim, terá chances de impedir a reeleição do deputado do DEM.

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