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Política

Ex-deputado afirma que Dornelles recebeu propina, diz jornal

De acordo com o jornal, o delator ainda teria dito que tentou confirmar o recebimento da propina com Dornelles, mas o senador negou "veementemente"

Folhapress

Publicado em 18/06/2016 às 15:00

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O ex-deputado federal Pedro Corrêa (PE) disse em delação premiada que o governador interino do Rio de Janeiro, Francisco Dornelles (PP), recebeu R$ 9 milhões do então presidente da empreiteira Queiroz Galvão, Ildefonso Colares Filho, para silenciar a CPI da Petrobras, segundo informações do "Estado de S. Paulo".

De acordo com o "Estado", o delator afirma que o Partido Progressista "tinha um acerto com a Queiroz Galvão, no valor de R$ 37 milhões de propina para a construção da Refinaria Abreu Lima (Renest)". Corrêa teria dito que o trato foi confirmado pelo ex-diretor da Queiroz Galvão Othon Zanóide Moraes Filho durante uma conversa com o doleiro e delator na Lava Jato Alberto Youssef.

De acordo com o jornal, o delator ainda teria dito que tentou confirmar o recebimento da propina com Dornelles, mas o senador negou "veementemente".

Corrêa confirmou o pagamento quando estava preso no Complexo Médico de Pinhais, no Paraná, durante a Operação Lava Jato, segundo informação do "Estado". Renato Duque, ex-diretor de serviços da Petrobrás, teria afirmado que o pagamento foi feito pela Queiroz Galvão por determinação de sua diretoria.

De acordo com o delator, Othon e Ildefonso relataram a Corrêa que haviam entregue R$ 10 milhões ao senador Sérgio Guerra (PSDB-PE), morto em 2014, ainda segundo o jornal. Esse dinheiro também teria saído da cota de R$ 37 milhões destinados ao PP por determinação do então diretor de abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, e teria sido entregue por Fernando Baiano, ambos delatores na Lava Jato.

A publicação também diz que Corrêa afirma ter procurado Guerra, que confirmou o pagamento de propina e disse que parte do dinheiro foi repassada aos senadores Álvaro Dias (PV-PR, e que na época era do PSDB) e Aloizio Mercadante (PT-SP).

As declarações teriam sido feitas na proposta de delação premiada de Corrêa na Lava Jato, que está nas mãos do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki e aguarda homologação.

Corrêa foi condenado a 20 anos de prisão sob acusação de corrupção e lavagem de dinheiro no esquema da Petrobras. A sentença aponta recebimento de R$ 11,7 milhões em propina. O ex-deputado federal por Pernambuco já havia sido condenado a sete anos de prisão no processo do mensalão.

Outro lado

Em nota ao "Estado de S. Paulo", o governador interino do Rio de Janeiro, Francisco Dornelles, afirmou que "não comenta declarações absurdas e ridículas feitas no âmbito de delação premiada".

Dias disse que "essa calúnia é vingança contra quem foi uma dos primeiros a denunciar a adotar providências contra a corrupção na Petrobrás", ainda de acordo com a publicação.

Mercadante afirmou que nunca teve relação com Corrêa, que "sempre se posicionou contra a instalação" da CPI e não foi membro da comissão. "A suposta ilação é o mais completo absurdo", disse ao jornal.

A Queiroz Galvão informou à publicação desconhecer "o teor do depoimento e não comenta investigações em andamento". O PSDB foi procurado e não se manifestou e as defesas de Ildefonso e Othon não foram encontradas pelo "Estado".

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