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Política

Em convenção austera, Alckmin defenderá reformas e geração de empregos

Evento vai oficializar a candidatura do ex-governador de São Paulo à Presidência da República

Folhapress

Publicado em 03/08/2018 às 19:01

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Alckmin vai defender a realização de reformas e a retomada da geração de empregos / Divulgação/Fotos Públicas

Em uma convenção em que o PSDB pretende gastar, no máximo, R$ 1 milhão, o pré-candidato Geraldo Alckmin (PSDB), ao lado de lideranças do centrão, vai defender em seu discurso neste sábado (4) a realização de reformas e a retomada da geração de empregos.

No evento que vai oficializar a candidatura do ex-governador de São Paulo à Presidência da República, não haverá ainda a divulgação das diretrizes do programa do governo. Este capítulo, assim como o início da arrecadação de doações online, a chamada vaquinha virtual, serão iniciados somente a partir da semana que vem.

A convenção ocorrerá em um centro de convenções em Brasília, com a presença do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e de representantes dos partidos do centrão (DEM, PP, PR, PRB e SD) e de PTB, PPS e PSD, integrantes da aliança.

A presença da recém-escolhida vice da chapa, a senadora Ana Amélia (PP-RS), ainda não está confirmada porque o PP faz sua convenção no Rio Grande do Sul no mesmo dia.

Também não está confirmada a presença do senador mineiro Aécio Neves (PSDB), que, desgastado pela Lava Jato, tentará apenas uma vaga de deputado federal.

Um dos problemas que Alckmin terá que enfrentar em sua campanha é justamente o envolvimento de aliados em esquemas de corrupção, o que abalou a imagem do partido e esvaziou parte das críticas que eram feitas mais contundentemente ao PT, rival histórico.

Ele também terá que se esforçar para dissociar sua imagem da do governo Michel Temer. O presidente chegou ao poder com apoio dos tucanos, fiadores do impeachment de Dilma Rousseff, e o partido ocupou ministérios importantes na gestão do emedebista.

Em meio às críticas que passou a receber desde que fechou o apoio com o centrão, Alckmin vai defender em seu discurso alianças e capacidade de diálogo para gerar consensos e boa governança.

No ato em Brasília, os tucanos querem passar imagem de austeridade, em um evento R$ 500 mil mais barato do que o valor orçado para o ato de lançamento de Henrique Meirelles como presidenciável do MDB. O cenário será simples, apenas com um palanque e um telão. O maior gasto será com cerca de 200 passagens e hospedagem de integrantes do partido.

A convenção começa às 8h30, mas o resultado da votação em que o nome de Alckmin será confirmado só deve sair no fim da manhã.

Em seu discurso que ainda passa por ajustes nesta sexta (3), o presidenciável pretende focar também em inovação e educação.

O tucano vai tratar ainda de agenda internacional, abordando questões de competitividade e crescimento produtivo e a necessidade de desarmar a bomba de efeito retardado gerada pelo rombo do déficit fiscal. Na agenda social, vai dar ênfase em segurança.

Desde que lançou sua pré-candidatura, o paulista de 65 anos nascido Pindamonhangaba já apresentou promessas como unificar IPI, ICMS, ISS, PIS e Cofins em um imposto único, o IVA (imposto sobre valor adicionado), reduzir o imposto de renda de pessoa jurídica, zerar o déficit primário em menos de dois anos, dobrar a renda do brasileiro, fazer, já nos seis primeiros meses, as reformas tributária, da Previdência, de Estado e política, reduzir dez ministérios, reduzir o número de senadores de 81 para 54 e cortar 120 dos atuais 513 deputados, criar guarda nacional subordinada às Forças Armadas e corrigir a tabela do SUS.

Alckmin foi escolhido candidato do PSDB à Presidência sob constante ameaça de seu apadrinhado político João Doria (PSDB), ex-prefeito de São Paulo que disputará o governo do estado.

Durante toda a pré-campanha, patinou nas pesquisas, alcançando, no máximo, 7% das intenções de voto. A esta dificuldade sempre respondeu que a campanha ainda não havia começado e que a população não sabia que ele disputaria a eleição.

Depois de muita negociação, conseguiu, com participação importante do comandante do PR, Valdemar Costa Neto, o apoio do centrão, o que garante ao tucano 40% do tempo de TV.

Também pesou a caneta do presidente Michel Temer, que ameaçou tomar cargos de integrantes do bloco que aderissem à campanha de Ciro Gomes (PDT), extremamente crítico do atual titular do Palácio do Planalto.

Conquistada a aliança, começou uma nova novela, a escolha que quem ocuparia o posto de vice em sua chapa.

O primeiro indicado pelo centrão, o empresário Josué Alencar (PR), postergou o quanto pôde sua decisão e acabou rejeitando a parceria.

Iniciou-se, então, a articulação por um novo vice. Foi aí que surgiu o nome de Ana Amélia, gaúcha, crítica do PT e ligada ao agronegócio, perfil que agrada ao eleitorado de Jair Bolsonaro (PSL), principal adversário de Alckmin no campo da direita.

Alckmin é médico anestesista, já foi vereador e prefeito em sua cidade natal. Foi deputado estadual e federal. Depois, governou São Paulo por quatro vezes.

Viciado em café -toma até 15 por dia, com açúcar- é conhecido entre aliados por gostar de contar causos, piadas politicamente corretas e por adotar citações em seus discursos. Uma das mais constantes é em latim: sublata causa, tollitur effectus (suprima a causa que o efeito cessa).

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