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ELEIÇÕES 2022

De olho em 2022, Doria tacha Bolsonaro e Lula de 'radicais' e 'populistas'

Governador disse que pretende se destacar na pré-campanha à Presidência como um símbolo de equilíbrio 'entre os extremismos de Lula e de Bolsonaro'

Bruno Hoffmann

Publicado em 29/11/2021 às 15:25

Atualizado em 29/11/2021 às 15:32

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João Doria em primeira coletiva após ser escolhido pré-candidato do PSDB à Presidênciadoria_3 / Rogério Cajuí/Divulgação

O governador João Doria falou na tarde desta segunda-feira pela primeira vez oficialmente como pré-candidato do PSDB à Presidência em 2022, ladeado pela linha de frente do tucanato paulista. Na coletiva, ele contou como espera superar a rejeição que tem entre parte dos eleitores do Estado, elogiou Sergio Moro (Podemos) e disse que pretende se marcar como um símbolo de equilíbrio “entre os extremismos de Lula e de Bolsonaro”.

No início, Doria agradeceu ao seu principal concorrente nas prévias da sigla, o governador gaúcho Eduardo Leite, mas negou que o tenha convidado para ser coordenador de sua campanha para 2022. “Eu o convidei para ter papel de destaque na campanha, mas não para ser coordenador. Eu jamais faria esse convite, não porque faltem méritos, mas ele é governador do Rio Grande Do Sul, ele volta a fazer seu papel”.

Doria foi questionado sobre a possibilidade de ele deixar o desejo de concorrer à Presidência para ser vice em uma eventual chapa com o ex-juiz Sergio Moro, que se filiou recentemente ao Podemos.

O tucano afirmou ter "profundo respeito por Sergio Moro" mas que é muito cedo para se levantar essa possibilidade. Ele revelou ainda ter agendado com ele uma conversa após sua viagem aos Estados Unidos, marcada para esta semana.

Doria também afirmou que nas próximas semanas vai anunciar a equipe econômica com a qual pretende governar o País, caso seja eleito em 2022. “Nós não teremos Posto Ipiranga”, disse, em uma clara provocação à forma como o presidente Jair Bolsonaro se referia ao seu futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, durante a campanha eleitoral de 2018.

Um dos nomes adiantados é o do atual secretário da Fazenda de São Paulo, o ex-ministro Henrique Meirelles, que compôs os governos de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de Michel Temer (MDB). A liderança da equipe terá seis nomes, e três serão mulheres, garantiu.

O governador também anunciou tem a preferência de ter uma vice mulher nas eleições do próximo ano. “Primeiro, pela representatividade das mulheres, que são 53% do eleitorado e tem proporção aproximada na população, e depois por respeito à mulher brasileira”.

“Ser mulher é, pessoalmente, a minha preferência, mas não seria capaz de transformar a preferência em determinação. O diálogo com outros partidos e com outros e outras líderes e partidos políticos é o que vai determinar como essa composição será feita”, disse.

Questionado pela reportagem da Gazeta e do Diário do Litoral se há a possibilidade do vice ser um nome do PSDB, como ocorreu com Bruno Covas quando Doria foi eleito em 2016 como prefeito de São Paulo, o tucano destacou que a sua decisão daquela vez causou surpresa entre os integrantes da própria legenda.

“Em 2016, eu tomei essa iniciativa, convidando o Bruno Covas, então com 35 anos de idade, para ser o nosso candidato a vice. Surpreendi, inclusive, o PSDB com essa intenção (...) Não sou contra a chapa-pura, não há uma indisposição em relação a isso. Mas, de novo, é fruto da boa conversa, do bom entendimento. Nós temos ainda longo meses pela frente até que se materialize e se cristalize essa posição da chamada da terceira via”, afirmou.

Por pelo menos três vezes Doria colocou Lula e Bolsonaro, os líderes em todas as pesquisas para a Presidência da República, na mesma frase, como uma estratégia para mostrar que ambos seriam dois lados da mesma moeda. Em uma delas, destacou que espera montar sua equipe com pessoas alinhadas “longe do populismo de Lula e Bolsonaro”.

O governador de São Paulo também foi questionado sobre sua taxa de rejeição entre os eleitores paulistas. Ele disse que isso vai mudar “com muito trabalho”, e relembrou também que tinha rejeição em 2018, quando, mesmo assim, conseguiu se eleger governador após deixar a Prefeitura de São Paulo.

Ao lado do governador durante a entrevista coletiva, realizada na sede estadual do PSDB, na capital paulista, estavam o prefeito de Jundiaí, Luiz Fernando Machado, o coordenado da pré-campanha de Doria, Wilson Pedroso, o vice-governador Rodrigo Garcia, o presidente do PSDB estadual, Marco Vinholi, o presidente do PSDB paulistano, Fernando Alfredo, o secretário da Casa Civil e Doria, Cauê Macris, e o prefeito de São Bernardo do Campo, Orlando Morando.

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