Política

Com campanha mais ofensiva em 2018, Marina de 2010 prometia nenhum ataque

Embora continue pregando conciliação, Marina adotou um tom mais ofensivo em relação aos outros candidatos

Folhapress

Publicado em 13/09/2018 às 13:57

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Em palanque, Lula chegou a dizer que, indiretamente, que a candidata queria "acabar com o pré-sal" / José Cruz/ Agência Brasil

A mesma Marina Silva (Rede) que, nesta eleição, partiu para o ataque contra Jair Bolsonaro (PSL) e disse que Lula (PT) é corrupto evitava embates diretos, oito anos antes, até no papel.

Embora continue pregando conciliação, Marina adotou um tom mais ofensivo em relação aos outros candidatos, com críticas a atitudes e ao histórico político.

Em 2010, o programa da presidenciável apresentado ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) prometia fazer uma campanha com "debates de propostas" e sem "qualquer tipo de ataque pessoal".

"Pautar o período de campanha pelo debate de ideias e propostas sobre o Brasil evitando factoides, embates vazios e consensos ocos", informava um dos tópicos.

Outro pontuava que "nenhum ataque ou ofensa pessoal será dirigida a qualquer candidato".

A aversão de Marina a críticas diretas e assuntos espinhosos era levantada nos debates por Plínio de Arruda Sampaio (PSOL, 1930-2014), que chamava o perfil escorregadio da adversária de demagogia.
Em debate na TV Record, ao responder a provocação de que fugia de assuntos polêmicos, ela disse a Plínio: "Na democracia é assim, você tem até o direito de me rotular, mas eu reivindico o direito de continuar debatendo com respeito."

Ele rebateu. "Marina, você rotula [os outros candidatos] transversalmente -aliás você gosta muito de dizer isso", disse Plínio, ironizando um jargão da candidata. 

"Você acabou de me rotular: 'o Plínio gosta de pôr os outros para baixo'", acrescentou.

Quatro anos depois, ao virar tardiamente candidata após a morte de Eduardo Campos (PSB), Marina virou um dos principais alvos de críticas da candidata à reeleição Dilma Rousseff e do ex-presidente Lula, de quem foi ministra do Meio Ambiente.

Em palanque, Lula chegou a dizer que, indiretamente, que a candidata queria "acabar com o pré-sal". "Se for necessário, Dilma, me fale que vou mergulhar e buscar lá no fundo [do mar] o petróleo", disse.

À Folha, a candidata chegou se emocionar e chorar ao falar dos ataques que recebeu do petista.

Marina, que chegou a ficar empatada em primeiro lugar com Dilma nas pesquisas, acabou fora do segundo turno e apoiou o opositor, Aécio Neves (PSDB).

Em 2018, Marina já começou a disputa com um perfil mais crítico, apesar de continuar prometendo que não pretende "destruir a biografia de ninguém" e "oferecer a outra face a ataques".

Tem dito que não é fraca e tentando reforçar uma imagem de firmeza. Antes do início oficial das eleições, afirmou que Geraldo Alckmin (PSDB) é "uma espécie de Dilma de calças" por causa da aliança do tucano com o centrão.

Também tem criticado Bolsonaro por ser armamentista e, no debate da RedeTV!, disse que ele "acha que pode resolver tudo no grito, na violência" e que ensinou uma criança a atirar.

Em sabatina do jornal O Globo, disse ainda que considera Lula corrupto e afirmou que o ex-presidente "está sendo punido por graves crimes".

Procurada, a campanha de Marina não se manifestou.

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