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Política

Brasil pode virar 'grande aliado extra-Otan' dos EUA em visita de Bolsonaro

A Otan é o bloco de defesa de países capitalistas criado no contexto da Guerra Fria e seu artigo 5 estabelece que um ataque armado contra um dos países da organização será considerado agressão contra todos.

Folhapress

Publicado em 02/03/2019 às 16:01

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Bolsonaro vai para os EUA nos dias 18 e 19 de março. / José Cruz/Agência Brasil

Os EUA podem anunciar durante a visita do presidente Jair Bolsonaro a Washington que o Brasil passará a ter o status de "major non-NATO ally" - grande aliado extra - Otan -, segundo apurou a Folha de S.Paulo. Bolsonaro vai para os EUA se reunir com o presidente Donald Trump nos dias 18 e 19 de março.

A designação cabe a países que não são membros da Otan, mas que são considerados aliados estratégicos militares dos EUA. Com a designação, o país passa a ter acesso a vários tipos de cooperação militar e transferência de tecnologia.

A Otan é o bloco de defesa de países capitalistas criado no contexto da Guerra Fria e seu artigo 5 estabelece que um ataque armado contra um dos países da organização será considerado agressão contra todos.

Hoje, países como Afeganistão, Argentina, Austrália, Bahrain, Egito, Israel, Japão, Jordânia, Kuwait, Marrocos, Tunísia, Nova Zelândia, Paquistão, Filipinas, Coreia do Sul, Taiwan e Tailândia detêm a designação de grandes aliados extra-Otan dos EUA

A Argentina ganhou esse status em 1998, durante o governo do democrata Bill Clinton. Na época, o então presidente argentino Carlos Menem conduzia uma política externa de alinhamento a Washington, enviou tropas para ajudar os americanos na Guerra do Golfo, em 1991, e chegou a dizer que a Argentina mantinha "relações carnais" com os EUA.

Em entrevista à Folha de S.Paulo, indagada sobre a possibilidade de o status ser concedido, a secretária adjunta de Estado dos EUA para Hemisfério Ocidental, Kimberly Breier, afirmou: "Estamos examinando várias maneiras pelas quais podemos elevar essa relação [Brasil-EUA] e aumentar a prioridade da relação".

Segundo apurou a Folha de S.Paulo, autoridades dos governos brasileiro e americano negociam detalhes finais para a concessão do status.

Ao se tornar grande aliado extra-Otan dos EUA, o Brasil passará a ter acesso preferencial a compra de equipamentos militares americanos, com isenções dentro da Lei de Exportação de Armas que rege a venda desses produtos sensíveis.

Também terá prioridade para receber de graça ou a preço de custo "artigos de defesa em excesso", equipamentos que não são mais utilizados pela Defesa americana ou em estoque excessivo.

A Jordânia, por exemplo, recebeu dois aviões de transporte C-130, mísseis HAWK MEI-23E e caminhões de carga, segundo levantamento do Congressional Research Service.

O Brasil também será autorizado a participar de algumas licitações do Departamento de Defesa dos EUA, e terá maior facilidade na compra de tecnologia espacial.

O país poderá assinar contratos de cooperação em pesquisa e desenvolvimento para capacidades de defesa, fazer empréstimos de equipamentos das forças americanas para fins de pesquisa, e obter financiamento facilitado para compra de produtos de defesa americanos.

O status foi criado em 1989, nos estertores da Guerra Fria, para países que promovem os interesses geopolíticos dos EUA ao redor do mundo e cuja melhoria das capacidades militares seria benéfica para os interesses americanos, segundo a legislação.

Os primeiros países a receberem a designação foram Coreia do Sul, Israel, Egito, Austrália e Japão. Israel recebeu uma promoção em 2014 e passou a ser designado "grande parceiro estratégico dos EUA", um degrau acima do status de grande parceiro extra-Otan.

A parceria de Israel prevê apoio adicional para as áreas de defesa, energia e cooperação entre setor privado e as universidades.

Já o Paquistão corre o risco de perder seu status, segundo legislação que tramita no Congresso americano. No ano passado, o governo americano já havia cortado milhões de dólares de ajuda que dava ao país, acusando-o de não ajudar a combater facções terroristas que se abrigam em seu território.

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