Política

Após prometer vacina em rede nacional, Bolsonaro volta a insistir em remédio sem eficácia

Em sua fala na TV, Bolsonaro prometeu que, neste ano, todos os brasileiros que quiserem serão vacinados

Folhapress

Publicado em 04/06/2021 às 09:25

Atualizado em 04/06/2021 às 11:51

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Pronunciamento de Bolsonaro na TV foi acompanhado de forte panelaço em todas as regiões do país / Reprodução / Facebook

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Um dia depois de um pronunciamento em que prometeu vacinar os brasileiros que quiserem ser imunizados, o presidente Jair Bolsonaro voltou a exaltar tratamentos sem eficácia comprovada e a atacar os integrantes da CPI da Covid, no Senado.

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Em sua live semanal nesta quinta-feira (3), ao lado do ministro Milton Ribeiro (Educação), Bolsonaro afirmou que a Comissão Parlamentar de Inquérito tinha "uma chance ímpar de discutir essa questão de tratamento imediato, como é que o mundo está enfrentando a questão do Covid."

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"Podíamos dizer se em algum país do mundo ninguém morreu. O que a CPI podia falar sobre o lockdown da Argentina, é o país que mais fechou tudo no mundo. E é um dos países que mais morre por milhão de habitantes", afirmou. "Falar o que, em função disso, está acontecendo com a Argentina. A Argentina está tomando medida, ali, de fazer inveja a Hugo Chávez."

Em sua fala na TV, Bolsonaro prometeu que, neste ano, todos os brasileiros que quiserem serão vacinados. Sua fala foi acompanhada de forte panelaço em todas as regiões do país.

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Já na live desta quinta, o presidente disse que a CPI está perdendo "uma chance enorme de ser útil".

"Fica lá três marmanjões ali, o [senador] Renan Calheiros [MDB-AL], conhecido né, PhD, recordista em inquérito no Supremo. Tem o [senador] Omar Aziz [PSD-AM], que conhece tudo de saúde no seu estado, com profundidade, acusado de um montão de coisa no seu estado. O outro lá, aquela pessoa lá do Amapá, outro senador [Randolfe Rodrigues, Rede]."

Na avaliação do presidente, eles ficam "maltratando pessoas que falam o que eles não gostam de ouvir, inclusive duas mulheres: a [médica] Nise Yamaguchi e a Mayra [Pinheiro], duas excepcionais profissionais que entendem do assunto, que defendem o tratamento imediato. Mas eles não querem."

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"Agora, aquela pessoa que é contra o tratamento imediato e não dá alternativa, no mínimo é um canalha", afirmou o presidente.

Bolsonaro voltou a dizer ter tomado hidroxicloroquina, sem citar o nome do medicamento. "Todos, quase 200 pessoas lá da Presidência que foram contaminadas, quase todo mundo tomou aquele remédio", afirmou. Neste momento, Ribeiro disse também ter tomado o medicamento.

O presidente disse ainda que milhares de pessoas "poderiam estar entre nós, vivas se o outro lado não politizasse isso."

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"Eu não politizei isso. Eu não politizei isso aí, quem politizou foi o outro lado. Quem diz para não tomar e não dá alternativa são eles." A declaração contrasta com várias atitudes tomandas pelo mandatário durante a pandemia, o que incluiu comemoração da suspensão provisória, pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), dos estudos clínicos da Coronavac no Brasil.

É "mais uma que Jair Bolsonaro ganha", disse na ocasião, em referência ao adversário político João Doria (PSDB-SP), à frente dos esforços para a aprovação da Coronavac.

Bolsonaro afirmou ainda na live que não aceitaria ser convidado para participar de uma CPI "para Renan Calheiros". "Quer convocar, é o poder da CPI convocar. Agora aceitar convite para ser inquirido por uma figura desqualificada como Renan Calheiros, ou Otto [Alencar], ou Omar Aziz? Realmente não tem cabimento."

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Ele afirmou também que, no passado, a CPI era levada com mais seriedade. "E muita coisa aconteceu. O pessoal acha que com CPI vai derrubar um presidente. Vai derrubar por quê? Estão apurando desvio de recursos? Não, até porque o próprio Renan falou que essa CPI não será usada para apurar desvio de recursos. Está apurando o quê?", questionou.

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