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Política

Após ironizar carta pela democracia, Bolsonaro escreve seu próprio manifesto

Texto com apenas 27 palavras foi publicado no Twitter na noite desta quinta-feira (28); veja

Folhapress

Publicado em 29/07/2022 às 14:22

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A um grupo de apoiadores, ele afirmou que o manifesto estaria vinculado a interesses de grandes bancos e instituições financeiras / Agência Brasil

Em um texto com apenas 27 palavras, o presidente Jair Bolsonaro (PL) publicou no final da noite desta quinta-feira (28) a sua própria carta em defesa da democracia.

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"Carta de manifesto em favor da democracia. Por meio desta, manifesto que sou a favor da democracia. Assinado: Jair Messias Bolsonaro, presidente da República Federativa do Brasil", escreveu.

Essa foi mais uma resposta à "Carta às brasileiras e aos brasileiros em defesa do Estado democrático de Direito", texto que será lido no dia 11 de agosto na Faculdade de Direito da USP e acumula milhares de adesões desde que foi aberta ao público na terça-feira (26). Já são mais de 300 mil assinaturas.

O manifesto suprapartidário defende os tribunais superiores, as eleições e a democracia e é considerado uma resposta às ameaças golpistas de Bolsonaro, mas não menciona o nome do presidente.

Bolsonaro já havia reagido outras vezes à iniciativa. No dia seguinte à abertura para adesões, o presidente afirmou que não precisa de "cartinha" para dizer que defende a democracia. Ele não citou a iniciativa diretamente.

Mais cedo, também nesta quinta, ele disse entender que não oferece ameaça à democracia e ironizou o lançamento da carta pública em defesa dos valores democráticos.

A um grupo de apoiadores, ele afirmou que o manifesto estaria vinculado a interesses de grandes bancos e instituições financeiras, que estariam incomodados com a criação do Pix.

Nesta quinta, após tuitar a sua sucinta carta, Bolsonaro fez um comentário sobre as críticas que recebe.
"Se eu defender menos transparência nas eleições, financiar ditaduras comunistas na América Latina, manter diálogos cabulosos com o narcotráfico e tentar controlar a mídia, serei chamado de democrata? Ou na verdade isso não depende do que se diz, mas de que lado você está?", escreveu.

A ideia da carta que será lida dia 11 de agosto surgiu a partir de um grupo de ex-alunos da Faculdade de Direito da USP como uma homenagem aos 45 anos da "Carta aos Brasileiros", lançada no Largo São Francisco, em 1977, durante a ditadura militar (1964-1985).

"O professor Goffredo da Silva Telles Junior, mestre de todos nós, no território livre do Largo de São Francisco, leu a Carta aos Brasileiros, na qual denunciava a ilegitimidade do então governo militar e o estado de exceção em que vivíamos", diz o documento.

Banqueiros, empresários, juristas, atores e outras personalidades já assinaram o manifesto. Novas inscrições podem ser feitas pelo site "Estado de Direito Sempre!".

Entre os que aderiram estão ex-ministros do Supremo Tribunal Federal, como Nelson Jobim, Joaquim Barbosa e Celso de Mello, e banqueiros, como Roberto Setubal e Pedro Moreira Salles (copresidentes dos conselho de administração do Itaú Unibanco).

Em entrevista nesta semana, o ex- presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que está à frente nas pesquisas de intenção de voto, disse que ficou "feliz" com a iniciativa de ex-alunos da Faculdade de Direito da USP e que é favorável a qualquer iniciativa que defenda a democracia.

"Estou convencido que todos os brasileiros precisam brigar muito para que a gente mantenha a consolidação do processo democrático desse país", afirmou.

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