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Política

Aécio repete Lula e diz ser 'metamorfose ambulante' na Bahia

A frase do pré-candidato do PSDB ao Planalto se deve ao fato de a emenda que permitiu um segundo mandato para presidente, governadores e prefeitos ter sido patrocinada e aprovada em 1997

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 02/05/2014 às 20:27

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O pré-candidato do PSDB ao Planalto, Aécio Neves, repetiu o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e recorreu ontem (2) a versos do músico Raul Seixas para justificar sua atual defesa do fim da reeleição em evento com empresários na Ilha de Comandatuba, na Bahia. "Prefiro ser uma metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo", disse o tucano, sob aplausos.

A frase de Aécio se deve ao fato de a emenda que permitiu um segundo mandato para presidente, governadores e prefeitos ter sido patrocinada e aprovada em 1997, na gestão Fernando Henrique Cardoso, seu colega de PSDB e principal apoiador. Lula, principal cabo eleitoral da atual mandatária, Dilma Rousseff, usou várias vezes os versos de Raul Seixas quando estava no Palácio do Planalto a fim de justificar as posições diferentes do PT oposição e do PT governo.

O pré-candidato do PSB à Presidência, Eduardo Campos, e sua colega de chapa, Marina Silva, também estiveram no evento. Aécio e Campos realizaram um debate - o primeiro direto entre ambos - e mostraram afinidades na maioria das propostas, inclusive na defesa do fim da reeleição. Houve, porém, discordâncias pontuais O tucano chegou a dizer que estará "no mesmo projeto de País" de Campos e sua parceira de chapa, Marina Silva, a partir de 2015, independentemente do que ocorra nas eleições de outubro. Marina não gostou muito da aproximação. "O que eu vi aqui foram divergências profundas. Não vi ele (Aécio) dizer claramente que se dispõe a manter as conquistas sociais (do governo Lula). Não vi ele dizer que, independentemente dos partidos, quer fazer uma governabilidade programática", disse.

Os dois pré-candidatos de oposição a Dilma desembarcaram na ilha para o maior evento de empresários do País poucas horas depois de transformarem a tradicional festa do 1.º de Maio da Força Sindical, em São Paulo, num palanque de ataques ao governo.

Aécio Neves repetiu o ex-presidente Lula e recorreu a versos do músico Raul Seixas (Foto: Christian Celeste)

O Fórum de Comandatuba, organizado pelo Lide (Grupo de Líderes Empresariais), reúne 350 empresários de vários setores. Na plateia estavam nomes como Abílio Diniz, do conselho da BR Foods, Luiza Trajano, do Magazine Luiza, André Esteves, do BTG Pactual, Jorge Gerdau e Edson Godoy Bueno, da Amil.

Diferentemente de outras edições, representantes do primeiro escalão do governo e parlamentares petistas não compareceram. Apenas Jaques Wagner, governador da Bahia e amigo de Dilma, foi ao fórum. As ausências foram criticadas. "O isolamento da presidente Dilma é incompreensível. Ela vive isolada no Palácio do Planalto", disse o empresário João Doria, presidente do Lide

Aécio e Campos concordaram em quase tudo quando o assunto foi economia: "resgate" do tripé econômico (metas de inflação, câmbio flutuante e superávit primário), autonomia do Banco Central e redução da máquina pública. A dupla promete reduzir a inflação sem muitos detalhes a respeito de como isso seria feito Campos disse que o plano é, primeiro, reduzi-la dos atuais 6,15% (acumulado dos últimos 12 meses) para o centro da meta, que é 4,5%. Depois, disse o candidato do PSB, é possível chegar 3,5%. Aécio falou apenas em chegar ao centro da meta.

A principal divergência da dupla ocorreu no debate sobre a reforma tributária. Aécio defendeu a criação de uma secretaria extraordinária para apresentar uma proposta da reforma que seria apresentada ao Congresso em no máximo seis meses. Já Campos se disse contra a criação de uma secretaria e defendeu uma reforma em fases e de longo prazo. "Precisamos enxugar secretarias. O trabalho da reforma tributária está feito. Tem modelo para todo gosto, o que falta é uma articulação política", disse o ex-governador de Pernambuco. "Em oito anos, vamos criar um sistema tributário de classe mundial."

Aécio minimizou a discordância. "Não consigo ver Eduardo como um adversário. Somos companheiros do mesmo sonho. Não vejo como, a partir de 2015, não estarmos, Eduardo, eu e Marina, no mesmo projeto de País." Campos chamou Aécio de "querido amigo". A dupla abriu uma bandeira do Brasil ao som da música tema de Ayrton Senna no fim do encontro.

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