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Polícia

Viúva de Amarildo está desaparecida há 20 dias, diz família

Ela saiu de casa, na Rocinha, zona sul do Rio, por volta das 16 horas, e deixou os três filhos menores

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 10/07/2014 às 19:11

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A diarista Elizabete Gomes da Silva, viúva do pedreiro Amarildo Dias de Souza, assassinado pela polícia no ano passado, está desaparecida desde o dia 30 de junho. Ela saiu de casa, na Rocinha, zona sul do Rio, por volta das 16 horas, e deixou os três filhos menores. A família registrou nesta quinta-feira, 10, o desaparecimento dela na 11.ª Delegacia de Polícia (Rocinha).

Nesta segunda-feira, 14, completa-se um ano que Amarildo foi detido por PMs e levado para a sede da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), na favela, de onde não saiu vivo. Bete, como é conhecida, estava deprimida e o estado se agravou nos últimos dois meses. "Ela vinha chorando muito, dizendo que queria enterrar o corpo do marido. Também dizia que iam derramar o sangue da família dela novamente", afirmou o advogado da família, João Tancredo.

A sobrinha de Bete, Michele Lacerda, corrobora a informação. "De um tempo para cá, ela começou a falar muito do meu tio. Voltou a usar drogas e a beber muito. Ela saiu de casa e não disse para onde estava indo. A gente está rezando muito para que não tenha sido a polícia. Não vamos achar que foi isso nesse momento", disse.

A família procurou pela diarista em hospitais e no Instituto Médico Legal, sem sucesso. Também procuraram por Bete na casa da mãe dela, em Natal (RN), e em Macaé, no norte fluminense, onde moram duas filhas da diarista, mãe de outros seis. A viúva não passou por lá.

Elizabete Gomes da Silva está desaparecida há 20 dias (Foto: Agência Brasil)

Os três filhos caçulas de Bete, Milena, de 7 anos, Alisson, de 11, e Beatriz, de 13, estão aos cuidados do irmão mais velho, Anderson, de 22, e de uma tia. Milena é a que está mais abalada. "Ela pergunta se a mãe vai desaparecer, como aconteceu com o tio Amarildo", disse Michele.

A família relutou em registrar o desaparecimento na polícia. "Somos uma família marcada", disse Michele. O temor do advogado João Tancredo é de que Bete esteja perambulando, como indigente. "A ação contra o Estado garantiu o tratamento psicológico, mas no posto de saúde o atendimento é em horário comercial. Ela é diarista, não tinha como comparecer no meio da tarde", afirmou.

No caso Amarildo, o Ministério Público Estadual denunciou 25 policiais militares pelos crimes de tortura, ocultação de cadáver, fraude processual e formação de quadrilha. Entre os denunciados está o , major Edson Santos, que comandava da UPP da Rocinha.

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