No total, são 132 mandados judiciais cumpridos em estabelecimentos comerciais como lojas, quiosques e boxes / Pexels
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Em uma das ações mais amplas já registradas no país contra o comércio ilegal de celulares, a Polícia Civil deflagrou, nesta segunda-feira (17), a maior etapa da Operação Rastreio, com diligências simultâneas em 11 estados, incluindo São Paulo, onde está concentrado um dos principais mercados consumidores e distribuidores do esquema criminoso.
A ofensiva, coordenada pela Delegacia de Repressão a Crimes Contra a Propriedade Imaterial (DRCPIM), mira uma rede nacional especializada em desbloqueio remoto e receptação qualificada de celulares roubados.
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No total, são 132 mandados judiciais cumpridos em estabelecimentos comerciais como lojas, quiosques e boxes — muitos deles localizados em centros populares e regiões de grande circulação.
Segundo os investigadores, parte importante da cadeia desmantelada atuava diretamente em São Paulo, onde criminosos buscavam dar aparência legal aos aparelhos desbloqueados antes de revendê-los.
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Esses grupos, agora alvos da operação, forneciam aparelhos roubados para o especialista responsável pelos desbloqueios, que realizava todo o processo de forma remota — uma habilidade que chamou a atenção da polícia e motivou o início das investigações.
Além disso, alguns investigados utilizavam o desbloqueio para acessar dados sensíveis das vítimas, como:
aplicativos bancários
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contas digitais
ferramentas de pagamento
perfis pessoais usados para golpes financeiros
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Alguns casos envolviam até a abertura fraudulenta de contas e a contratação de empréstimos ilegais.
A investigação nacional foi deflagrada após a prisão de um criminoso considerado referência no desbloqueio de celulares, capaz de realizar operações complexas à distância. Além de atuar para quadrilhas de todas as regiões do Brasil, o suspeito ministrava cursos online ensinando técnicas de desbloqueio, atraindo “clientes” de diversos estados.
Com sua prisão, os agentes passaram a rastrear toda a rede de compradores e receptadores ligados ao esquema. São esses alvos — considerados clientes ativos e recorrentes — que agora estão sendo investigados na nova fase da operação.
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A operação em São Paulo e nos demais estados contou com apoio de:
Polícias Civis estaduais
Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP)
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Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp)
Diretoria de Operações Integradas e de Inteligência (Diopi)
Essa integração permitiu traçar a rota dos aparelhos roubados, do furto ao desbloqueio, até a reintrodução no mercado.
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Criada no Rio de Janeiro e expandida nacionalmente, a Operação Rastreio é hoje a maior iniciativa contra o roubo e o comércio ilegal de celulares no país. Entre os resultados já alcançados estão:
10 mil celulares recuperados
2.800 aparelhos devolvidos aos donos
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Mais de 700 criminosos presos, incluindo assaltantes, furtadores e receptadores
A etapa desta segunda-feira marca um dos maiores esforços simultâneos já realizados para atacar a cadeia completa do crime: do roubo ao desbloqueio, passando pela revenda e pelos golpes financeiros.
A Polícia Civil de São Paulo segue acompanhando a operação e reforça que a repressão continua, especialmente em centros comerciais usados como fachada para venda de aparelhos de origem ilícita.
A recomendação é que consumidores evitem comprar celulares sem nota fiscal — prática que alimenta e fortalece esse tipo de crime.