12 de Setembro de 2024 • 09:27
Viaturas da DEIC / Divulgação/ Polícia Civil
As ocorrências de roubo e furto em São Paulo já apresentam índices semelhantes e até maiores que os de antes da pandemia de Covid-19, segundo dados divulgados na tarde desta sexta-feira (24) pela Secretaria da Segurança Pública.
De acordo com os números do governo Rodrigo Garcia (PSDB), os casos de furtos em maio passado já são 4,5% maiores que no mesmo mês de 2019. Ao todo, foram 48.725 ocorrências nos municípios paulistas contra 46.625 no mesmo mês de 2019.
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A crise sanitária começou em março de 2020 no Brasil. As medidas de isolamento contra o coronavírus diminuíram a circulação de pessoas nas ruas e, consequentemente, algumas modalidades de crimes. Por isso, a comparação é feita com maio de 2019.
Na cidade de São Paulo, a alta neste tipo de criminalidade foi de 0,4%, passando de 20.480 para 20.565 casos registrados em delegacias.
Já entre os roubos, no mês passado a Polícia Civil computou 19.644 ocorrências em todo o estado, contra 20.821 em maio de 2019 –queda de 3,1%. Na capital, a redução foi menor, de 0,3%, passando de 11.587 ocorrências para 11.547.
Segundo a pasta estadual, para reduzir os indicadores criminais, especialmente neste período pós-pandemia, com aumento na circulação de pessoas nas ruas, o governo de São Paulo deflagrou, no dia 4 de maio, a Operação Sufoco.
A ação, diz a gestão tucana, dobrou o número de policiais na capital por meio de atividades extras e reforçou o policiamento em outras regiões do estado, integrando policiais civis, militares e guardas municipais.
A Operação Sufoco foi anunciada por Rodrigo Garcia após a morte de Renan Silva Loureiro, 20, assassinado por um falso entregador na zona sul da capital.
Durante o anúncio, o governador afirmou que o efetivo policial no estado, atualmente em 5.000 agentes, poderia aumentar em até mais 4.740 PMs por dia. Em seu discurso durante a apresentação da operação, Garcia disse que "bandido que levantar arma para a polícia vai levar bala".
Ações de segurança têm sido uma das principais bandeiras de Rodrigo, que deve disputar a reeleição.
Mas mesmo com a implantação da operação, os casos de roubos e furtos subiram em maio na capital e no estado, na comparação com o mês anterior.
Na cidade de São Paulo, a alta de roubos foi de 5,2% e a de furtos, de 11,5%. Já no estado, eles cresceram 2,2% e 9%, respectivamente, de abril para a maio.
Para Rafael Alcadipani, professor da área de segurança da FGV (Fundação Getulio Vargas), o crime, principalmente contra o patrimônio, tem uma dimensão importante quando se analisa a economia do país.
"Enfrentamos uma situação econômica bastante delicada, com inflação fora de controle e isso faz com que essa taxa delituosa aumente", diz o especialista, que também cita diminuição nos efetivos das polícias Civil e Militar.
Na comparação com abril, também cresceram no estado em maio os roubos e furtos de veículos, além dos roubos de carga.
Os números destes crimes, entretanto, são todos menores em maio de 2022 que no mesmo mês de 2019, antes da pandemia.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública, por outro lado, a taxa de homicídios dolosos dos últimos 12 meses (de junho de 2021 a maio de 2022), de 5,99 por grupo de 100 mil habitantes, é a menor da série histórica.
De acordo com a secretaria, no mês passado, o número de estupros registrou ligeira queda, de 0,5%. Foram 5 casos a menos, de 1.078 para 1.073. No acumulado do ano, o indicador permanece em baixa de 0,4% (5.140 para 5.119 delitos).
"O número de latrocínios no estado registrou dois casos a menos em maio, recuo de 15 para 13 ocorrências. O resultado é o menor da série histórica, iniciada em 2001, sem levar em conta os anos de 2020 e 2021", afirma a secretaria na comparação com 2019. Também houve redução quando se compara com abril, com 16 registros.
Ainda conforme o governo, no mês passado ocorreram 13.490 prisões e a apreensão de 805 armas de fogo ilegais em todo o estado. Também foram registrados 2.893 flagrantes por tráfico de entorpecentes.
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