Polícia

Rastros apagados dificultam busca por dentista acusado de atentados

Flávio do Nascimento Graça, de 37 anos, eliminou rastros, como conta corrente, cartão de crédito e e-mail, no final do ano passado

Gilmar Alves Jr.

Publicado em 16/05/2016 às 20:14

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Flávio Graça deixou a casa onde morava, na Rua Pasteur, no Gonzaga, no ano passado / Divulgação

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O delegado Gaetano Vergine, diretor da Polícia Civil na Baixada Santista e Vale do Ribeira, afirmou na tarde desta segunda-feira (16), em entrevista coletiva, que a busca pelo paradeiro do dentista Flávio do Nascimento Graça, de 37 anos, "está sendo muito difícil porque ele apagou todos os rastros da sua vida social  e da sua vida pessoal". Graça é apontado pela polícia como o serial killer que cometeu, por vingança, três homicídios e duas tentativas contra pessoas ligadas à Clínica Dentária Americana, que foi concorrente da dele, a Oral New, na Rua Martim Afonso, em São Vicente.

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Cartão de crédito, conta corrente e e-mail foram cancelados no final do ano passado, após a polícia divulgar, em 9 de outubro, aos meios de comunicação, imagens em que Flávio aparece sem disfarce caminhando pela Rua Marcílio Dias, no Gonzaga, em 22 de setembro, véspera da tentativa de homicídio contra uma funcionária da Clínica Americana, na mesma rua, no terceiro e último atentado da série.

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Na casa onde Flávio morava, na Rua Pasteur, no Gonzaga, policiais do Setor de Homicídios da Delegacia Especializada Antissequestro (Deas) de Santos encontraram um recibo de compra de mantimentos de 6 de outubro, o que indica ele permaneceu na moradia até aquele mês.

Para os policiais, a saída ocorreu pouco tempo depois da divulgação das imagens de monitoramento em que o dentista apareceu caminhando pela Rua Marcílio Dias. À época da divulgação das imagens, a identidade de Graça ainda era desconhecida no inquérito.

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O delegado Renato Mazagão Júnior, titular da Deas, afirma ter sido apurado que o dentista "nutria ódio com relação à Clínica Americana". Ainda segundo Mazagão, ele reclamava muito para funcionárias dos canais de televisão que passavam propaganda da concorrente. As atividades da clínica do acusado, que teve duas unidades na Martim Afonso, foram encerradas em 2013. A concorrência foi decisiva para o fechamento da Oral New.

Delegado Gaetano Vergine, diretor da Polícia Civil na Região, concede entrevista com o delegado Renato Mazagão Júnior, que presidiu o inquérito, e com o investigador Marcelo Canuto (Foto: Matheus Tagé/DL)

Celular

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Um iPhone 4S que pertenceu ao dentista foi rastreado pela equipe da Deas e encontrado em Fortaleza, no Ceará. Ele foi adquirido por um homem em um estabelecimento comercial de modo legal. O modo como o aparelho chegou ao estabelecimento ainda é apurado pela polícia. A Polícia Civil daquele estado dá apoio nas investigações.

Denúncias

Informações que ajudem a polícia a prender o dentista podem ser transmitida pelo telefone 181 (Disque-Denúncia). O delegado Vergine ressalta que o sigilo é absoluto.

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Questionado sobre se está em estudo a inclusão do caso no programa de recompensas da Secretaria da Segurança Pública (SSP), Vergine disse não houve pedido feito à pasta e que segue a busca.

Os crimes

A primeira vítima foi Agilson de Carvalho, de 54 anos, dono da clínica. Ele foi baleado pelas costas logo após sair da unidade do Gonzaga, na Rua Floriano Peixoto, na madrugada de 23 de dezembro de 2014, e morreu três dias depois.

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Na segunda investida, em 16 de julho de 2015, foi morta a irmã de Agilson, Aldacy Corrêa de Carvalho, de 56 anos, e ficaram feridos um outro irmão dele, Arnaldo Corrêa de Carvalho, de 54, que morreu em novembro, e o  sobrinho, de 21, atingido de raspão no nariz e na nuca. O atentado ocorreu após as vítimas saírem da unidade no Centro de Santos, na Rua João Pessoa.

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