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Polícia

Com base em Bertioga, quadrilha de falsos compradores de sites é desarticulada

Operação Magneto, da Polícia Civil, prendeu 19 pessoas na Baixada Santista, na capital e na Grande SP; líder da organização criminosa está foragido

Gilmar Alves Jr.

Publicado em 19/11/2019 às 22:30

Atualizado em 19/11/2019 às 22:47

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Freezer recuperado pela Polícia Civil durante a operação, que foi deflagrada às 6h desta terça-feira / Divulgação/Polícia Civil

A Polícia Civil desarticulou nesta terça-feira (19) uma organização criminosa que lesava, mediante golpes, pessoas de diversas regiões do país que anunciam produtos em sites de compra e venda. Denominada Magneto, em alusão ao poder que os estelionatários exerciam nos vendedores, a operação prendeu temporariamente 19 pessoas na Baixada Santista, na capital paulista e na Grande São Paulo. 

Apontado como líder da quadrilha, o morador de Bertioga  Guilherme Luis de Oliveira Miranda, de 27 anos, não foi localizado. Além dele, há outras 11 pessoas com prisão temporária decretada na condição de foragidas. Foram cumpridos na Magneto 51 mandados de busca e apreensão. 

A investigação foi iniciada na cidade de Teodoro Sampaio, no interior paulista, em março deste ano, após uma vítima da cidade ser vítima de fraude e enviar uma mesa de som avaliada em R$ 12 mil após falsa transação. 

O delegado Edmar Rogério Dias Caparroz, titular daquela cidade, e investigadores apuraram, por meio de ferramentas tecnológicas, que o golpe partiu de Bertioga e aprofundaram as investigações na Baixada com o apoio do delegado Luiz Ricardo de Lara Dias Júnior, titular da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Santos. Ambos concederam entrevista coletiva no Palácio da Polícia, em Santos, na tarde desta terça. 

   Os delegados Luiz Ricardo de Lara Dias Júnior, titular da DIG, e Edmar Caparroz, de Teodoro Sampaio, concederam entrevista coletiva nesta terça-feira (19) Foto: Nair Bueno/DL

Pelo fato dos golpes serem aplicados em quem vende os produtos neste tipo de site, os delegados consideram o modus operandi relativamente novo, já que a quadrilha atraía as vítimas para conversas de negociação fora das plataformas e “mascarava” procedimentos de validação da compra, por email, para garantir as remessas. 

Depois que o produto era entregue, o vendedor não conseguia mais contato com o falso comprador. Já foram identificadas 30 vítimas de diversas regiões do país e o prejuízo estimado é de ao menos R$ 350 mil, já que a polícia trabalha com a hipótese de que o número de vítimas possa ser muito maior. 

A organização criminosa era sediada em Bertioga, conforme apontam as investigações, e tinha um núcleo em São Paulo, para onde a maior parte das mercadorias obtidas mediante as fraudes era destinada nas entregas. 

Entre os produtos que a quadrilha se apoderava estão mesas de som, celulares de última geração, videogames, patinetes e skates motorizados, equipamentos para motocicletas e até para sorveterias. 

“Quando constava no status saiu para entrega, integrantes da organização criminosa se postavam na frente do endereço, se passando pelo destinatário da mercadoria, e não residiam na maioria das vezes naquelas casas”, afirmou o delegado Edmar Caparroz. 

Caparroz chegou a ouvir, em agosto, o morador de Bertioga apontado como líder da quadrilha após um cumprimento de mandado busca domiciliar. Guilherme, que trabalha como motorista, confessou que era o responsável por criar contas de email fakes e por cooptar pessoas em São Paulo para receber essas mercadorias. 

O celular do rapaz foi apreendido e a investigação “ganhou corpo”, conforme diz o delegado. 

O delegado Lara destacou que a Polícia Civil de São Paulo detém expertise para identificar os autores de crimes por meio eletrônico. 

“São pessoas que acreditam que atrás do teclado estão protegidas pelo anonimato”, frisou.

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