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Polícia

Polícia Civil prende em festa procurado por tráfico no Porto de Santos desde 2014

Gilcimar de Abreu, o Poocker, foi encontrado na tarde deste sábado (2), em Pedro de Toledo, e chegou a apontar arma aos investigadores, segundo a polícia; um rapaz que atirou contra os policiais foi baleado na perna

Gilmar Alves Jr.

Publicado em 03/05/2020 às 09:50

Atualizado em 04/05/2020 às 18:13

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Gilcimar de Abreu, o Poocker, era procurado pela Justiça Federal / Reprodução

Foragido da Justiça Federal desde 2014 e acusado de envolvimento com o tráfico internacional de cocaína via Porto de Santos, Gilcimar de Abreu, o Poocker, também conhecido como Nego, foi capturado pela Polícia Civil na tarde deste sábado (2), em Pedro de Toledo, quando participava de uma festa de aniversário em um chácara. Ele chegou a apontar um revólver aos investigadores, segundo a polícia. Um rapaz que estava com ele na entrada da casa, Lucas Estevam de Jesus, de 20 anos, atirou contra os policiais usando uma pistola e foi baleado na perna esquerda. 

Lucas é acusado de ter atirado contra os mesmos policiais, da 2ª Delegacia (antiga Dise) da Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic) da Baixada em 6 de dezembro de 2019, no Morro da Nova Cintra, em Santos. 

Para a ação na tarde deste sábado, os policiais civis, sob o comando do delegado Rubens Eduardo Barazal Teixeira, titular da delegacia, e do investigador-chefe, Luiz Fonseca, obtiveram informações precisas sobre a presença de Poocker e Lucas na festa na chácara e para lá se deslocaram em viaturas descaracterizadas. 

Por volta das 15h, os policiais surpreenderam os dois alvos da diligência, que estavam na entrada da casa e que logo sacaram suas armas de fogo. Ao contrário do comparsa, Poocker não realizou nenhum disparo. 

Poocker, de 35 anos, estava foragido desde a época da deflagração da operações da Polícia Federal (PF) Hulk e Oversea, em 2014. Em março do ano seguinte, foi decretada a prisão preventiva dele pela 5ª Vara Federal de Santos. O endereço atual de Poocker fica no Morro da Nova Cintra, em Santos. 

"Foi uma prisão importantíssima. É evidente que ele faz parte, já desde aquela investigação da Polícia Federal, de uma organização criminosa que movimenta o tráfico de drogas internacional através do Porto de Santos. Isso já foi comprovado. É um elemento que estava armado, o que demonstra que ele continua articulado na questão do crime", disse ao Diário do Litoral, neste domingo (3), o delegado Rubens Barazal. 

Revólver apreendido com Poocker na chácara em Pedro de Toledo, no Vale do Ribeira (Foto: Divulgação/Polícia Civil)

Cessada a troca de tiros neste sábado, Lucas foi socorrido a um pronto-socorro, onde foi medicado, para depois ser conduzido à delegacia, em Santos. Na especializada, os dois presos nada quiseram declarar. 

Barazal também destacou ao Diário a importância da prisão em flagrante de Lucas, que já tinha atirado contra os mesmos policiais em 2019.

"Vai agora ser responsabilizado criminalmente pela tentativa de homicídio contra os policiais e pela posse de arma de uso restrito", frisou o delegado. 

Dois homens que estavam na confraternização também foram levados à delegacia e disseram que não têm envolvimento com o tráfico. Eles afirmaram que estavam no local pelo aniversariante, um homem que ainda não tinha chegado à chácara. 

A 2ª Delegacia (antiga Dise), sob o comando de Barazal, conforme ele frisa, tem como principal foco de atuação o combate ao tráfico de média e grande escala. 

Participaram da ação deste sábado os policiais Adriano, Marcelo, Lindolfo, Artur, Fábio, Joaquim e Maurício, bem como o delegado-assistente Leonardo José Piccirillo.  

Pandemia

Os trabalhos investigativos da 2ª Delegacia da Deic e de todo o Departamento de Polícia Judiciária do Interior-6 (Deinter-6) prosseguem em meio à pandemia do novo coronavírus seguindo os protocolos sanitários necessários, como uso de máscaras e higienização de viaturas. 

"Os policiais estavam nessa investigação há um tempo. A atividade policial envolve determinadas escolhas. Se não fosse nessa oportunidade, muito certamente não haveria tão cedo uma outra com tanta clareza", disse Barazal. 

O investigador-chefe, Luiz Fonseca, ressaltou ao Diário que a investigação durou cerca de três meses e demandou diligências em Santos e até viagens. "Diante da análise do perímetro da chácara, preparamos neste sábado um cerco para evitar a fuga dos criminosos, com policiais pela frente e pelos fundos", afirmou. 

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