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Polícia

Para promotor, mulher que matou a filha recém-nascida no Gonzaga premeditou o crime

Fernando Reverendo Vidal Akaoui diz acreditar que o resultado da avaliação psiquiátrica de Ana Carolina Moraes da Silva será de que ela agiu consciente

Gilmar Alves Jr.

Publicado em 13/07/2018 às 17:49

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'Ela escondeu de todo mundo essa gravidez até o final', afirma o promotor de Justiça / Rodrigo Montaldi/DL

O promotor de Justiça Fernando Reverendo Vidal Akaoui, da Vara do Júri de Santos, está convicto de que Ana Carolina Moraes da Silva, de 29 anos, premeditou matar a filha. Em entrevista ao Diário do Litoral nesta sexta-feira (13), ele frisou que Ana Carolina não comunicou a gestação para a família e sequer fez pré-natal.

A recém-nascida foi morta no final de junho após ser atirada pela mãe de um duto de lixo no 6º andar de um prédio na Rua Bahia, no Gonzaga, em Santos. Ana Carolina segue presa desde a data em que o crime foi descoberto, em 28 de junho. Ela está na Penitenciária I de Tremembé, no interior paulista.

"Ela escondeu de todo mundo essa gravidez até o final", declarou o representante do Ministério Público Estadual (MPE).

Akaoui diz que acreditar que o resultado da avaliação psiquiátrica da ré apontará que ela praticou o crime consciente.

A Justiça recebeu nesta quinta-feira (12) a denúncia do promotor, que acusa Ana Carolina por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. 

As qualificadoras do homicídio são motivo torpe, já que segundo Akaoui, Ana Carolina matou a criança porque "não desejava criá-la"; emprego de meio cruel, porque, conforme argumenta o promotor,  a ré utilizou um elástico de cabelos para tentar asfixiar a criança, tentou perfurar seu pescoço e lançou o bebê com vida em queda livre até o andar térreo, o que causou traumatismo craniano, e recurso que impossibilitou qualquer defesa da vítima, por ser criança recém nascida que não poderia opor resistência.

O pai da recém-nascida e ex-companheiro de Ana Carolina, um comerciante de 29 anos, foi denunciado pelo crime de favorecimento pessoal. De acordo com a acusação, com a divulgação do encontro do cadáver pela imprensa local, ele incentivou Ana Carolina a tomar dinheiro emprestado com familiares para deixar a cidade.

O comerciante foi preso pela Polícia Civil em 28 de junho e, desde o dia seguinte, responde em liberdade após passar por uma audiência de custódia.

Recém-nascida morreu por traumatismo craniano após ser atirada em lixeira de duto do 6º andar de prédio no Gonzaga (Foto: Rodrigo Montaldi/DL)

A conduta do comerciante segue sendo investigada pelo Setor de Homicídios da Delegacia Especializada Antissequestro (Deas) de Santos, que checa eventual participação dele no homicídio e na ocultação de cadáver.

O promotor Akaoui ressaltou, na entrevista ao Diário do Litoral, a importância do Setor de Homicídios da Deas para o esclarecimento de casos. "Dificilmente um crime sem solução aparente não consegue ser desvendado pela equipe do doutor Renato Mazagão Júnior (titular da Deas)", salientou.

Outro lado

Procurada pelo Diário do Litoral, a defesa de Ana Carolina informou que não se manifestará neste momento à imprensa.

O advogado que defendeu o pai do bebê na audiência de custódia também foi procurado e disse que não está mais neste caso. O jornal não conseguiu contato com a Defensoria Pública de Santos no final da tarde desta sexta-feira.

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