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Polícia

'Não dói o útero e sim a alma', escreve adolescente vítima de estupro coletivo

Desde que o caso veio à tona, as redes sociais foram inundadas de campanhas contra a violência sexual contra mulheres

Estadão Conteúdo

Publicado em 27/05/2016 às 21:30

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Em seu perfil no Facebook, a jovem de 16 anos que foi vítima de um estupro coletivo no último sábado, 21, no Rio, agradeceu as mensagens de apoio. Na mensagem publicada na rede social na quinta-feira, 26, ela escreveu: "Realmente pensei serei (sic) que seria julgada mal! Mas não fui", diz a jovem. "Não, não dói o útero e sim a alma por existirem pessoas cruéis sendo impunes!! Obrigada ao apoio." 

Desde que o caso veio à tona, as redes sociais foram inundadas de campanhas contra a violência sexual contra mulheres. Inúmeros usuários colocaram a frase "Eu luto pelo fim da cultura do estupro" eu sua imagem de perfil.

Até o momento, foram identificados quatro homens suspeitos de participar do crime: Michel Brazil da Silva, de 20 anos, Lucas Perdomo Duarte Santos, de 20 anos, Raphael Assis Duarte Belo, de 41 anos, que aparece na imagem do lado da jovem, e Marcelo Miranda da Cruz Correa, de 18 anos, envolvido na divulgação das imagens da vítima. Todos tiveram a prisão preventiva pedida pela polícia.

Por meio de seu advogado, Marcelo afirmou que não sabia que a jovem havia sido violentada. Ele contou ter recebido a foto num grupo de WhatsApp e, em seguida, compartilhou em sua conta no Twitter, já excluída da rede devido à repercussão.

"Ele brincou de maneira absurda. Faltou maturidade, não foi com intenção de causar vexame à garota", disse o advogado Igor Luiz Carvalho. "A família está arrasada. Ninguém concorda com o ato dele de divulgar a foto, foi até uma monstruosidade. Mas ele não sabia que era um estupro", afirmou.

Na fotografia compartilhada por Marcelo, estava um dos homens envolvidos diante do corpo da jovem, estirado de bruços sobre a cama. Segundo o advogado, seu cliente não conhecia a vítima nem os agressores. Em depoimento à polícia, a garota contou que foi atacada por 33 homens e só lembrava de ter acordado no dia seguinte, "dopada e nua".

O advogado classificou o pedido de prisão de Marcelo como "descabido" e disse que a polícia está atuando "de forma midiática". "Ele não participou do estupro, nem sabia que a menina tinha sofrido violência sexual", insistiu. O advogado informou ainda que seu cliente não se apresentará às autoridades e que ele tentará reverter o pedido de prisão.

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