Polícia
Após ação que deixou 64 mortos, outros corpos foram levados à praça do Complexo da Penha; a Polícia vai investigar relatos de até 70 vítimas
A operação desta terça-feira (28) reconfigurou o histórico de violência do estado / Reprodução/Agência Brasil
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O Rio de Janeiro vive um novo dia de tensão e choque após a megaoperação policial realizada na terça-feira (28) nos Complexos do Alemão e da Penha, Zona Norte da capital. O saldo oficial da ação, considerada a mais letal da história da cidade, já era de 60 suspeitos e quatro agentes de segurança mortos, além de 81 prisões e a apreensão de quase 100 fuzis.
Contudo, a tragédia ganhou uma nova e dramática dimensão durante a madrugada desta quarta-feira (29). Moradores do Complexo da Penha retiraram mais de 50 corpos de uma região de mata na Vacaria, Serra da Misericórdia, e os transportaram para uma praça da comunidade. Lideranças locais chegam a falar em cerca de 70 mortos no total, após o violento confronto.
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A Polícia Militar tomou conhecimento do ocorrido e informou que investigará as circunstâncias das mortes e do transporte dos corpos. Mais cedo, a urgência era tanta que seis vítimas já haviam sido levadas às pressas em uma Kombi para o Hospital Estadual Getúlio Vargas.
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A megaoperação foi resultado de mais de um ano de investigação que revelou os métodos brutais do Comando Vermelho (CV) na região. Chefes da facção, como Edgar Alves de Andrade, o Doca, e Juan Breno Ramos, o BMW, utilizavam grupos de aplicativos de mensagem para determinar punições que incluíam torturas, agressões e homicídios contra moradores.
Entre as práticas chocantes reveladas estão mulheres colocadas em galões de gelo como punição por brigas em bailes funk e um homem, Aldenir Martins do Monte Junior (que está desaparecido e é dado como morto), arrastado e torturado por sete minutos pelas ruas da favela.
Doca, BMW e Carlos Costa Neves, o Gadernal, foram denunciados pelo Ministério Público também pelos assassinatos de três médicos na Barra da Tijuca, em 2023. Enquanto o número de corpos choca, o foragido Doca, com 26 mandados de prisão pendentes, segue sendo o principal alvo das forças de segurança, sendo apontado como responsável pela expansão do CV na cidade.
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