Polícia

Megaoperação bloqueia mais de R$ 7 bilhões de esquema ligado ao crime organizado em SP

Ação conjunta da PGE, MP e PM mira 55 réus, entre empresas, usinas, fintech e motéis, suspeitos de lavar bilhões no setor de combustíveis

Luana Fernandes Domingos

Publicado em 25/09/2025 às 18:11

Atualizado em 25/09/2025 às 18:29

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Ao todo, a operação cumpriu 25 mandados de busca e apreensão na capital, Grande São Paulo, Baixada Santista e Vale do Paraíba / Divulgação/GovernoSP

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A Procuradoria-Geral do Estado de São Paulo (PGE/SP) obteve na Justiça estadual uma decisão que bloqueia R$ 7,6 bilhões em bens e valores de 55 réus investigados por participação em um esquema bilionário de lavagem de dinheiro no setor de combustíveis.

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A medida integra a Operação Spare, deflagrada nesta quinta-feira (25) em ação conjunta com o Ministério Público de São Paulo (MPSP), Polícia Militar, Secretaria da Fazenda e Planejamento (Sefaz/SP) e Receita Federal.

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A lista de investigados inclui empresas operacionais, holdings patrimoniais, fundos de investimento, usinas, empresas de transporte e até uma fintech suspeita de movimentar os recursos desviados.

Segundo a PGE, a ação é um desdobramento da Operação Carbono Oculto, que havia revelado, em agosto, um esquema semelhante também ligado ao crime organizado.

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"Asfixia financeira" das facções

O governador Tarcísio de Freitas destacou que o bloqueio é parte da estratégia de enfraquecer o crime organizado no estado. “Não daremos trégua. Nossa inteligência trabalha para desmontar essas organizações criminosas, com foco na asfixia financeira”, afirmou.

Durante coletiva no MPSP, o procurador-geral adjunto Caio Guzzardi ressaltou a importância do bloqueio. “O objetivo é garantir a recuperação de ativos desviados e destiná-los a políticas públicas”.

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Como funcionava o esquema

As investigações apontam que máquinas de cartão apreendidas em casas de jogos clandestinos em Santos, no Litoral de São Paulo, estavam vinculadas a postos de combustíveis.

O rastreamento mostrou que parte dos valores era desviada para uma fintech, usada para ocultar a origem ilícita.

A apuração também identificou vínculos do grupo com mais de 60 motéis na Grande São Paulo e na Baixada Santista, que movimentaram cerca de R$ 450 milhões entre 2020 e 2024. Empresas de fachada e instituições de pagamento paralelas eram usadas para dificultar o rastreamento.

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O subsecretário adjunto da Receita Estadual, Paulo Ribeiro, explicou que a inteligência fiscal conseguiu identificar conexões entre pessoas físicas e jurídicas ligadas ao grupo. “Um dos grupos já acumula mais de R$ 500 milhões em débitos inscritos em dívida ativa. Só em autos de infração, ultrapassamos R$ 7 bilhões”, disse.

Megaoperação no estado

Ao todo, a operação cumpriu 25 mandados de busca e apreensão na capital, Grande São Paulo, Baixada Santista e Vale do Paraíba. Mais de 110 policiais militares do Comando de Choque e de unidades especializadas participaram da ação, ao lado de agentes da Receita Federal, Ministério Público e PGE.

A Operação Spare reforça a integração entre órgãos de investigação e segurança para combater o crime organizado e recuperar bilhões desviados do setor de combustíveis e de outros segmentos da economia.

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