Polícia

Massacre no Rio supera número total de mortes do Carandiru em SP

A megaoperação na Penha e Alemão ultrapassou a letalidade do massacre ocorrido em 1992 e tornou-se a mais violenta do país

Giovanna Camiotto

Publicado em 29/10/2025 às 13:46

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A operação desta terça-feira (28) reconfigurou o histórico de violência do estado / Reprodução/Agência Brasil

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Um novo e doloroso marco foi cravado nesta quarta-feira (29) na história recente do Brasil. A megaoperação policial que mobilizou cerca de 2,5 mil agentes nos complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro, já não é apenas a mais letal do estado; ela se tornou o evento mais violento do País, superando a tragédia que por décadas foi sinônimo de barbárie: o Massacre do Carandiru.

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A Defensoria Pública do Rio confirmou o número estarrecedor de 132 mortos na ação. Este saldo ultrapassa os 111 presos assassinados em 1992, quando a Tropa de Choque da Polícia Militar invadiu a Casa de Detenção de São Paulo.

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A violência daquela intervenção na década de 1990, que resultou na morte de detentos que já haviam se rendido, tornou-se um símbolo de impunidade e inspirou obras como o livro de Drauzio Varella e o filme de Hector Babenco.

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O grito silencioso

Enquanto o governo do Rio ainda contabiliza oficialmente 64 mortos, o drama real se desenrolou na madrugada desta quarta (29), à vista de todos. Em um ato desesperado, mais de 60 corpos foram levados e enfileirados por moradores à Praça São Lucas, no Complexo da Penha.

As imagens que circularam mostram dezenas de corpos, muitos de homens jovens, dispostos lado-a-lado, retirados da área de mata conhecida como Vacaria, onde houve intensos tiroteios. Familiares buscavam reconhecimento entre ferimentos de bala e rostos desfigurados. O ativista Raull Santiago classificou a cena como "brutal e sem precedentes".

A Polícia Militar informou que os peritos trabalham para determinar se essas novas vítimas têm relação com os confrontos, o que pode elevar ainda mais o número final. Dados atualizados serão disponibilizados durante o dia.

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No entanto, enquanto a PM garantia um reforço de 40% do efetivo nas ruas, a reportagem da Rádio Gaúcha no local relatou a ausência de agentes das polícias Civil e Militar na região central da tragédia, deixando a comunidade sozinha diante de seu novo e sombrio capítulo na história.

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