19 de Março de 2024 • 05:17
De acordo com o MPF, Squassoni recebia R$ 60 mil por mês / Arquivo/Diário do Litoral
O ex-deputado federal Marcelo Squassoni (PRB) foi preso na manhã desta quinta-feira (22) durante a segunda fase da Operação Tritão. A ação investiga supostas fraudes em licitações e contratos realizadas na Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp). Além do antigo presidente da Câmara Municipal de Guarujá, ex-integrantes da cúpula da estatal
também foram presos.
De acordo com a Polícia Federal, provas obtidas durante a Operação Tritão, colaborações premiadas e informações de membros da atual Diretoria da Codesp, ajudaram as autoridades a comprovar as fraudes inicialmente investigadas pela
primeira fase da operação, desencadeada ainda em outubro de 2018.
Squassoni é suspeito de articular o esquema na Codesp. De acordo com informações do Ministério Público Federal, ele recebia aproximadamente R$ 60 mil por mês como uma forma de ‘mesada’ e a quantia total já teria chegado à marca de R$
1,6 milhão em propina. O ex-deputado se apresentou de forma voluntária à Polícia Federal na parte da manhã e foi preso.
O pagamento recebido por Squassoni serviria para pagar pela influência exercida pelo ex-deputado em gestões antigas da Codesp. As autoridades também descobriram indícios de tentativa de ocultação de ações ilícitas dos investigados ao manipular um contrato em vigor com o objetivo de despistar a fiscalização das autoridades.
Todas as 19 pessoas presas e investigadas durante a Operação Tritão podem responder pelos crimes de organização criminosa, associação criminosa, fraude a licitações e corrupção ativa e passiva. Outros dois indivíduos ainda não foram localizados e já são considerados foragidos da Justiça a partir de agora.
A primeira fase da operação se deu no último trimestre de 2018. Na época, o então presidente foi preso junto de outras pessoas envolvidas no esquema por suspeita de fraude em licitações, corrupção e de se apropriar de recursos públicos.
Além dele, também foram detidos dois diretores e um servidor da Codesp. As autoridades também prenderam três empresários, mas todos foram posteriormente soltos.
Batizada de Círculo Vicioso, a segunda etapa da operação foi realizada com o aprofundamento das averiguações e com a delação de um dos presos na fase inicial. Ao todo, foram identificados mais dois contratos, que juntos passam de R$
100 milhões, com indícios de fraude: um de segurança do porto e outro de fiscalização por drone.
Todos os mandados são temporários e válidos por cinco dias. Na região, foram cumpridos dois mandados em Guarujá, nove em Santos e mais um no município de Ilhabela. Outros mandados também foram expedidos no interior de São Paulo,
no Rio de Janeiro e no Ceará.
Todas as pessoas que forem presas no Estado de São Paulo foram submetidas a audiência de custódia na Justiça Federal de Santos. Depois disso, os presos foram encaminhados para o Instituto Médico Legal (IML) de Santos, onde passaram por
exames de corpo de delito, antes de serem levados para a carceragem da Superintendência da Polícia Federal, em São Paulo, onde cumprirão a prisão temporária.
Além do ex-deputado Marcelo Squassoni, alguns dos suspeitos presos foram identificados como o ex-diretor Diretor de Finanças da Codesp, Francisco José Adriano, o ex-diretor de Operações Logísticas Codesp, Carlos Henrique Poço, o ex-superintendente da Guarda Portuária, Marlon Ramos Figueiredo e Alvaro Clemente de Sousa Neto, que é ex-gerente de Fiscalização de Operações da Codesp.
A Codesp afirma que a atual diretoria da estatal não fará nenhum tipo de comentário relacionado à operação da Polícia Federal que resultou nas 19 prisões efetuadas em três Estados diferentes do País durante a manhã e tarde desta quinta-feira (22).
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