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A Corregedoria da Polícia Civil de Santos prendeu na noite de quarta-feira, dois policiais lotados no Departamento de Polícia Judiciária do Interior (Deinter-6) por tentativa de homicídio e extorsão qualificada, de um homem de 31 anos.
Os acusados são Mário Ricardo Volante e Maurício Rodrigues Gattos, lotados no 2ºDP de São Vicente. Policiais foram reconhecidos pela vítima e pelos vizinhos dela. Prisão foi realizada na casa dos acusados, em São Vicente. Um terceiro envolvido ainda não foi identificado.
Na manhã de quarta-feira, o trio abordou a vítima na casa de sua mãe, no Estuário em Santos. No arrebatamento, os acusados se identificaram como policiais e perguntaram “cadê o bagulho?”. Mário e Maurício afirmaram que matariam o rapaz se ele não entregasse o que eles queriam.
Após vistoriarem a residência da mãe da vítima, os policiais colocaram o rapaz dentro de um veículo Gol preto e foram até a residência dele. Mário e Maurício reviraram o imóvel, procurando entorpecentes e dinheiro, mas nada de ilícito foi localizado.
Ao não encontrarem o que queriam, os policiais levaram o rapaz até um matagal próximo da Rodovia dos Imigrantes, em Cubatão, atirando contra vítima, fugindo em seguida.
O rapaz que foi atingido por quatro disparos, sobreviveu ao atentado e conseguiu se dirigir a um posto da Polícia Rodoviária. No local, após relatar o ocorrido ele foi encaminhado por patrulheiros ao Hospital Municipal de São Vicente. A vítima sofreu ferimentos na cabeça, mão e ombro.
Um boletim de ocorrência (b.o) foi registrado no 3º DP de Cubatão. Por conta do envolvimento de policiais, o caso foi encaminhado para a Corregedoria da Polícia Civil, que ainda durante a noite colheu o depoimento da vítima no hospital. Antes de passar por procedimento cirúrgico, o rapaz reconheceu por fotografia Mário e Maurício como os policiais que abordaram.
Com o reconhecimento, investigadores da Corregedoria se deslocaram até a casa dos acusados e os encaminharam para sede da repartição, no Campo Grande.
Acompanhados de seus advogados, Mário e Maurício relataram os fatos que ocorreram durante suas jornadas de trabalho e negaram a autoria do atentado. Na repartição policial, testemunhas reconheceram os policiais. Os acusados foram identificados por no mínimo três testemunhas.
Segundo relatos de policiais que trabalham com os acusados, Mário e Maurício chegaram às 11h no 2º DP e apresentavam sinais de nervosismo.
Foi determinada a apreensão das armas, distintivos, funcionares e celulares dos policiais. Corregedoria ainda solicitou a apreensão de computadores que registram as imagens de monitoramento do 2º DP de São Vicente. Mário e Maurício foram levados para o presídio da Polícia Civil na Capital.
O advogado dos policiais, Eugênio Malasavi afirma que a prisão de Mário e Maurício foi equivocada. “Eles foram convidados, de forma espontânea a prestar depoimento, no período da noite. Logo depois, receberam voz de prisão, em flagrante, isso está equivocado”. Malavasi afirma que os acusados têm provas que não participaram da empreitada.
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