Polícia

Homicídios e roubos despencam em 2020 ao menor nível desde 2001 na Baixada e no Vale

Foram 121 homicídios e 11.845 roubos de janeiro a dezembro nas 24 cidades que compõem as duas regiões

Gilmar Alves Jr.

Publicado em 26/01/2021 às 20:18

Atualizado em 26/01/2021 às 20:41

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Ladrões durante assalto a casal, em novembro de 2020, em um dos bancos no calçadão Praia da Biquinha, em São Vicente / Reprodução

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Em 2020, primeiro ano do Brasil sob impacto da pandemia de Covid-19, os casos de homicídios e roubos na Baixada Santista e no Vale do Ribeira despencaram ao menor nível desde 2001, quando começou a série histórica de contabilização dos dados da Secretaria da Segurança Pública (SSP) de São Paulo. De janeiro a dezembro de 2020 foram 121 homicídios e 11.845 roubos nas 24 cidades que compõe as duas regiões, de Bertioga a Barra do Turvo, na divisa com o Paraná.

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Para se ter uma ideia da curva de homicídios ao longo de 20 anos, em 2002, Baixada e Vale tiveram 776 casos: ou seja, um número mais de seis vezes superior ao registrado em 2020.

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Na comparação com 2019, quando houve 141 homicídios, a queda percentual foi de 14,18%. Já a quantidade de vítimas deste crime recuou 15,23%, de 151 pessoas para 128.

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“Com isso, as taxas dos últimos 12 meses (de janeiro a dezembro de 2020), diminuíram para 5,73 casos e 6,06 vítimas de homicídio doloso para grupo de 100 mil habitantes. Os índices também são os menores da série”, afirma a Secretaria da Segurança Pública.

O trabalho das polícias Civil e Militar na Baixada e no Vale, em 2020, resultou em 9.298 prisões.

O diretor regional da Polícia Civil, Manoel Gatto Neto, disse ao Diário do Litoral nesta terça-feira (26), ao comentar os números, que a redução de homicídios é resultado de uma taxa de esclarecimento de autoria acima de 85%.

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“Isso vem acontecendo de forma acentuada nos últimos seis anos e tem relação com o número de casos esclarecidos. Uma demonstração de eficiência do nosso setor de investigação”, frisa.

O diretor regional da Polícia Civil, Manoel Gatto Neto, ressalta taxa de 85% de esclarecimento de homicídios e investigação efetiva de roubo a partir de boletim de ocorrência mais detalhado (Nair Bueno/DL)

Os dados de assassinatos da Baixada e Vale representam um cenário diferente do verificado nos dados totais do Estado em 2020, com registro de aumento de 4,14% nos homicídios dolosos. Passaram de 2.778 em 2019 para 2.893. A marca interrompeu uma sequência de sete anos de queda. A taxa estadual ficou em 6,48 homicídios e 6,81 vítimas por 100 mil habitantes.

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Crime que também interfere de modo direto na sensação de segurança da população, o roubo em geral caiu 18,4% em 2020, ao chegar à marca de 11.845 casos, ante 14.520 em 2019. Ou seja: foram 2.675 registros de ocorrência a menos no primeiro ano sob impacto da pandemia.

Todas as modalidades de roubos e furtos caíram em 2020 na comparação com o ano anterior, conforme os dados da SSP.

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“Com relação aos casos de furto e roubo temos cobrado dos policiais um boletim de ocorrência mais detalhado. Temos pedido às vítimas que olhem os álbuns fotográficos para possibilidade de reconhecimento. E, ainda, a elaboração de retrato falado. E, principalmente, temos estimulados os nossos delegados de polícia a representarem pela prisão dos autores de roubo, por entendermos que ladrão preso gera uma menor quantidade de roubo”, disse o delegado Gatto Neto.

Roubos de veículo passaram de 1.493 para 900 (-39,71%). Os roubos de carga recuaram 33,92% (de 395 para 261). Pela primeira vez em um ano, Baixada e Vale não tiveram registro de roubo a banco.

Os furtos em geral recuaram 12%, com um total de 25.464 ocorrências ante 28.937. O número é o segundo menor da série histórica. Nos furtos de veículo a queda foi de 25,14%: o indicador passou de 2.904 para 2.174 - a menor quantidade da série histórica.

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Ao ser questionado sobre o contexto da queda de crimes no primeiro ano da pandemia, Gatto Neto disse que “embora estejamos vivendo os funestos efeitos da pandemia, a Polícia Civil não para de trabalhar”.

“Nós estamos com nossas delegacias, nossos plantões trabalhando 24 horas. Nós não paramos de prender, de esclarecer crimes. Daí os excelentes resultados e a queda dos indicadores de criminalidade. Os bons números são fruto de muito trabalho por parte da polícia e a gente está bastante satisfeito e motivado em continuar trabalhando nesse sentido”, enfatizou.

Latrocínio cresce

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Na contramão das estatísticas com diminuições, estão os casos de latrocínio (roubo seguido de morte), que subiram de oito para 14 em número de casos em 2020 (+75%) e de oito para 16 em número de vítimas (+100%).

O diretor regional da Polícia Civil destaca que quase que totalidade desses casos foram esclarecidos pela polícia e os autores foram presos. “Temos um bom trabalho da polícia”, frisa.

Estupros

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Os estupros em geral tiveram uma redução foi de 3,77%, com um total de 639 ocorrências registradas no ano passado, ante 664 em 2019. Já os estupros de vulneráveis subiram de 479 casos para 491 em 2020 (+2,50%).

Sobre os estupros de vulneráveis, Gatto Neto observa que têm a característica de ocorrer no ambiente familiar. “Entre pessoas conhecidas (da vítima), amigos, parentes, marido, mulher, onde a ação do policiamento preventivo nem sempre consegue atingir. Acontece no interior da residência e é de difícil prevenção”, assinala.

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