Polícia

Defesa do ex-goleiro Bruno apura informações de carta sobre Eliza

Suposta carta apota que ex-amante do jogador estaria viva e morando na Europa.

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 11/11/2012 às 10:12

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A defesa do ex-goleiro Bruno Fernandes tenta apurar se as informações de uma carta que aponta que a ex-amante do jogador, Eliza Samudio, estaria viva e morando na Europa após passar um tempo na Bolívia são verdadeiras. O advogado do ex-goleiro, Francisco Simin, foi até Governador Valadares, no Leste de Minas, conversar com o detento que escreveu a carta.

De acordo com Simin, Luiz Henrique Timóteo, que teria sido marido da mãe de Bruno, afirma que foi ele quem ajudou Eliza a ir para a Bolívia. O detento teria declarado ainda que a ex-amante de Bruno comprou o passaporte falso por R$ 4  mil reais em Governador Valadares. Ainda segundo o relato, Eliza teria se hospedado durante a viagem para o país vizinho em Guajará-Mirim, em Rondônia, e depois de passar um tempo na Bolívia embarcou para Europa.
 
“Com um relato com tantos detalhes assim acredito que esse depoimento possa ser verdadeiro, no mínimo gera uma dúvida se Eliza realmente foi morta”, destacou o advogado Francisco Simin.
 
Luiz Henrique Timóteo teria dito que escreveu a carta para tentar evitar que o ex-goleiro seja injustiçado. De acordo com Simin, ele também se disponibilizou para ser testemunha do julgamento do caso, que está marcado para o próximo dia 19, no Fórum de Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte. Como o prazo para defesa arrolar testemunhas já terminou ele só poderia ser convocado pela Juíza do Caso, Marixa Fabiane Lopes Rodrigues.

Apesar da divulgação da carta, Simin descarta uma mudança na estratégia da defesa para o julgamento “se foi morta ou não foi, não altera nada, o que nós defendemos é que Bruno não tem nenhuma ligação com o desaparecimento de Eliza”.
 
O julgamento de Bruno está marcado para o próximo dia 19 (Foto: Eugenio Moraes/Hoje em Dia)

Desde que assumiu o caso ao lado de Rui Pimenta, em março deste ano, Simin passou a admitir que Eliza Samúdio foi morta e defender a tese de que o amigo do ex-goleiro, Luiz Henrique Romão, o Macarrão, teria planejado o assassinato sem o conhecimento de Bruno.

O promotor do caso, Henry Wagner Castro, afirmou que a divulgação da carta é uma estratégia da defesa que, segundo ele, tenta transformar uma mentira dita mil vezes em verdade. Para o promotor as provas de que Eliza Samudio foi morta são consistentes, mesmo o corpo não tendo sido encontrado.

No próximo dia 19 está marcado o julgamento de Bruno, Luiz Henrique Romão, o Macarrão, Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, Dayanne Rodrigues, ex-mulher do jogador e Fernanda Gomes de Castro, ex-namorada do goleiro. Bruno e Macarrão são acusados de homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver, sequestro e cárcere privado.

Marcos Aparecidos dos Santos responde por homicídio duplamente qualificado e ocultação de cadáver. Já Dayanne e Fernanda são acusadas por sequestro e cárcere privado. Outros dois réus serão julgados separadamente.

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