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O Ministério Público vai investigar o coordenador dos presídios da Grande São Paulo, Hugo Berni Neto, por suspeita de enriquecimento ilícito.
De acordo com o promotor Silvio Antonio Marques, o caso será distribuído para um dos membros da Promotoria do Patrimônio Público e Social até esta quarta (30).
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A Folha de S.Paulo revelou nesta terça (29) que a construtora da qual Berni Neto é sócio, Midas Empreendimentos, adquiriu ao menos 12 imóveis, que têm valor de mercado de cerca de R$ 7 milhões. Agora, a empresa prepara um condomínio fechado inteiro, com 24 imóveis, cujo valor somado pode ultrapassar os R$ 15 milhões.
Os promotores deverão questionar como o servidor, que recebe salário bruto de R$ 18 mil, justifica a evolução patrimonial da empresa da qual é sócio com a irmã Rita de Cássia Berni, que oficialmente administra a companhia.
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Caso o servidor não consiga comprovar a origem da fortuna, ele pode ter os bens sequestrados pela Justiça.
A Promotoria do Patrimônio já investiga suspeita de superfaturamento em uma licitação autorizada pelo órgão da Secretaria de Estado da Administração Penitenciária chefiado por Berni Neto.
A empresa suspeita é a Geraldo J Coan, que foi acusada no episódio conhecido como "máfia da merenda" de pagar propina para fechar negócios.
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O TCE (Tribunal de Contas do Estado) julgou irregular uma dispensa de licitação autorizada por Berni Neto em 2008, que também beneficiou a Geraldo J Coan.
Outro lado
Berni Neto disse que o capital da empresa Midas Empreendimentos Imobiliários não tem relação com seu trabalho na Secretaria de Administração Penitenciária.
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Segundo ele, o patrimônio é fruto de um "remanejamento" financeiro de outras duas empresas de sua família.
O servidor também nega que seja o dono do grupo empresarial. "Meu nome não está no documento", diz. Ele afirma que, por dois anos, foi sócio da empresa, mas depois se retirou.
No entanto, em documento da última sexta (25) na Jucesp (Junta Comercial do Estado de São Paulo) ele ainda consta como cotista da empresa.
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Berni Neto disse à Folha que não pode "aparecer" como dono da empresa por ser funcionário público, mas admite conversar com a irmã diariamente sobre a Midas.
Ele também negou irregularidades nas licitações da SAP.
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